Para falar das mudanças globais, e de como a agricultura se envolve neste processo, o engenheiro agronômo Carlos Clemente Cerri, do Centro de Energia Nuclear na Agricultura, será o conferencista do mês no Instituto de Estudos Avançados da USP, nesta quinta-feira (28/8)
Para falar das mudanças globais, e de como a agricultura se envolve neste processo, o engenheiro agronômo Carlos Clemente Cerri, do Centro de Energia Nuclear na Agricultura, será o conferencista do mês no Instituto de Estudos Avançados da USP, nesta quinta-feira (28/8)
Para falar das mudanças globais, e de como a agricultura se envolve neste processo, é que o engenheiro agrônomo Carlos Clemente Cerri estará na quinta-feira (28/8), a partir das 16h, no Instituto de Estudos Avançados (IEA), da Universidade de São Paulo (USP). O pesquisador do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena), também da USP, será o responsável pela Conferência do Mês no instituto, entitulada Mudanças Climáticas e Mitigação pela Agricultura.
Em termos mundiais, segundo Cerri disse à Agência FAPESP, a análise apenas das entradas e saídas dos ecossistemas terrestres mostra que 1,4 bilhão de toneladas de carbono são fixadas na vegetação todos os anos. A queima de combustível fóssil lança na atmosfera, também anualmente, 6,3 bilhões de toneladas de carbono.
"Do total, além do 1,4 bilhão, mais 1,7 bilhão retornam para a Terra e se fixam, por difusão, nas águas do mar", disse Cerri. Os 3,2 bilhões de toneladas não fixadas é que ficam na atmosfera e acabam provocando o efeito estufa e também alterando o clima do planeta.
As estimativas das taxas de emissão de carbono, feitas para o Brasil, mostram que, anualmente, 12,65 milhões de toneladas são lançadas na atmosfera. Nesta conta, estão consideradas apenas as atividades agrícolas relacionadas às mudanças no uso da terra. Pelos cálculos que o agrônomo irá apresentar no IEA, o plantio direto e a colheita mecanizada da cana-de-açúcar poderiam contribuir para a redução de 10,5 milhões de toneladas de carbono emitidas todos os anos.
"Não há dificuldades para implantar o sistema de plantio direto no Brasil. A adoção dessa prática está aumentando exponencialmente em área", disse Cerri. Segundo ele, que se formou na graduação na Universidade Estadual Paulista e fez o mestrado e o doutorado no Instituto de Geociências da USP, hoje, no Brasil, são utilizados 18 milhões de hectares. "A tendência é passar para 25 milhões de hectares nos próximos 5 anos", disse.
Na questão da cana-de-açúcar, o cenário também é positivo. Segundo Cerri, enquanto a área de cultivo deste vegetal é de 5 milhões de hectares, 20% já são coletadas mecanicamente. Apesar desta medida de mecanizar as lavouras ajudar o meio ambiente, em países como o Brasil, lembra o pesquisador, a questão social, da geração de empregos, também deve ser considerada.
Informações sobre a Conferência do Mês do IEA podem ser obtidas pelo telefone 11-3091-3919 ou 3091-4442.
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