Carlos Vogt, presidente da FAPESP e vice-presidente da SPPC, participou de tarde de autógrafos do livro Prêmio Jovem Cientista, em Cuiabá (foto: T.Romero)

A ciência vista pela sociedade
22 de julho de 2004

Estabelecer indicadores e metodologias é fundamental para estudar a percepção pública da ciência, cuja mensuração é bastante precária porque se modifica muito rapidamente. A afirmação foi feita por Carlos Vogt, da FAPESP, Labjor e SBPC, na 56ª SBPC

A ciência vista pela sociedade

Estabelecer indicadores e metodologias é fundamental para estudar a percepção pública da ciência, cuja mensuração é bastante precária porque se modifica muito rapidamente. A afirmação foi feita por Carlos Vogt, da FAPESP, Labjor e SBPC, na 56ª SBPC

22 de julho de 2004

Carlos Vogt, presidente da FAPESP e vice-presidente da SPPC, participou de tarde de autógrafos do livro Prêmio Jovem Cientista, em Cuiabá (foto: T.Romero)

 

Por Maria da Graça Mascarenhas, de Cuiabá

Agência FAPESP - A percepção pública da ciência, à semelhança da opinião pública, é um fenômeno cuja mensuração é bastante precária porque se modifica muito rapidamente. Estabelecer indicadores e metodologias para realizar esse estudo, entretanto, é fundamental em um momento em que as relações entre ciência e sociedade estão cada vez mais próximas e presentes em nosso cotidiano.

A afirmação foi feita por Carlos Vogt, coordenador do Laboratório de Jornalismo (Labjor) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e presidente da FAPESP, em conferência sobre o tema, pronunciada na quarta-feira (21/7), na 56a Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em Cuiabá.

Vogt citou dados de recente estudo feito na Inglaterra e publicado na edição de 15 de julho de revista Nature sobre o impacto da ciência em 31 países, medido por indicadores como o número de citações de artigos científicos. Esses 31 países concentram 98% dos artigos científicos com maior número de citações. O Brasil está entre eles, em 24o lugar.

"Os artigos produzidos no Brasil passaram de 27.874, no período de 1993 a 1997, para 43.971, no período de 1997 a 2001, representando um salto de 58%, muito importante como indicador de uma tendência", disse o conferencista para destacar a necessidade, percebida a nível internacional, de estudos sobre a percepção pública da ciência e de avaliação de impactos da ciência na sociedade. "É neste desafio que está hoje a relação mais produtiva e fecunda das áreas das Humanidades e das Ciências Naturais", acrescentou.

Em seguida, Vogt deu um exemplo do que vem sendo feito no Brasil, a partir de um contato do Labjor com a Rede Ibero-Americana de Indicadores de Ciência e Tecnologia (RICYT). A rede havia realizado uma pesquisa na Argentina (Buenos Aires), Uruguai (Montevidéu) e Espanha (Salamanca e Valladolid), com a aplicação de questionários para mensurar a percepção da ciência pelo público. Essa pesquisa se estendeu ao Brasil, com a aplicação de um questionário adaptado na região de Campinas.

Ao mesmo tempo, a FAPESP vem desenvolvendo indicadores de ciência e tecnologia para São Paulo e para o Brasil, tendo publicado o volume Indicadores de Ciência e Tecnologia em São Paulo – 2001. Um novo volume está sendo elaborado, incorporando um capítulo sobre a percepção pública da ciência.

"Para isto, preparamos uma ampliação da pesquisa, estendendo-a para São Paulo e Ribeirão Preto, onde foram aplicados 870 questionários", antecipou Vogt, que também é vice-presidente da SBPC.

O presidente da FAPESP também participou da tarde de autógrafos do livro Prêmio Jovem Cientista, Histórias da Pesquisa do Brasil, que traz as trajetórias de diversos ganhadores do Prêmio Jovem Cientista, realizado desde 1981 pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Escrito por integrantes do Labjor e organizado por Vogt, o livro foi publicado pela Fundação Roberto Marinho,


  Republicar
 

Republicar

A Agência FAPESP licencia notícias via Creative Commons (CC-BY-NC-ND) para que possam ser republicadas gratuitamente e de forma simples por outros veículos digitais ou impressos. A Agência FAPESP deve ser creditada como a fonte do conteúdo que está sendo republicado e o nome do repórter (quando houver) deve ser atribuído. O uso do botão HMTL abaixo permite o atendimento a essas normas, detalhadas na Política de Republicação Digital FAPESP.