À caça de neutrinos no Mediterrâneo
20 de novembro de 2003

Para entender melhor o neutrino, partícula elementar espalhada em quantidades infinitas pelo Universo mas sobre a qual pouco se sabe, laboratórios de sete países europeus iniciam na costa francesa a construção de detector que ocupará, quando pronto, um volume de 1 quilômetro cúbico

À caça de neutrinos no Mediterrâneo

Para entender melhor o neutrino, partícula elementar espalhada em quantidades infinitas pelo Universo mas sobre a qual pouco se sabe, laboratórios de sete países europeus iniciam na costa francesa a construção de detector que ocupará, quando pronto, um volume de 1 quilômetro cúbico

20 de novembro de 2003

 

Agência FAPESP - Representantes de diversos centros de pesquisa europeus inauguraram na terça-feira (18/11), na cidade litorânea de La Seyne sur Mer, na França, uma estação para o estudo de neutrinos cósmicos. A notícia foi divulgada pelo Centre Nacional de Pesquisa Científica, da França.

A Estação Antares prevê a construção, até 2006, de um detector de neutrinos que será instalado no Mar Meditarrâneo a uma profundidade de 2.400 metros. Inicialmente, o equipamento terá 0,1 quilômetro quadrado, mas o projeto contempla a expansão até um sistema com o volume de 1 quilômetro cúbico.

O detector na costa francesa é parte do Projeto Antares (Astronomy with a Neutrino Telescope and Abyss environmental RESearch), iniciado há sete anos e que reúne 14 laboratórios de pesquisa da França, Reino Unido, Itália, Alemanha, Espanha, Holanda e Rússia.

Neutrinos são particulas elementares que circulam em quantidades infinitas pelo Universo. Diariamente, trilhões deles atingem a Terra, vindas do Sol, enquanto um número muito maior se dispersa antes de chegar ao planeta. Apesar de tão onipresentes, são incrivelmente difíceis de serem detectadas e, portanto, muito pouco conhecidas. Os cientistas acreditam que o estudo de neutrinos pode revelar respostas sobre a origem do Universo.

A existência desses elementos sem carga elétrica foi postulada na década de 30 por dois célebres físicos, o austríaco Wolfgang Pauli (1900-1958) e o italiano naturalizado norte-americano Enrico Fermi (1901-1954), mas sua detecção somente foi obtida na década de 50.

Durante muito tempo, os cientistas acreditavam que as ínfimas partículas, que podem atravessar corpos celestes como se eles praticamente não existissem, não tivessem massa, o que os enquadraria nas leis da mecânica quântica. Entretanto, em 1998, o maior detector de neutrinos do mundo, conhecido como Super-Kamiokande, no Japão, verificou a presença de massa na partícula elementar.


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