Pesquisa publicada na edição de setembro da revista italiana Jekyll.comm discute os resultados obtidos a partir de questionário desenvolvido pelo Centro de Estudo, Desarrollo y Educación Superior de Buenos Aires, adaptado e aplicado em 162 pessoas na cidade de Campinas (SP)
Pesquisa publicada na edição de setembro da revista italiana Jekyll.comm discute os resultados obtidos a partir de questionário desenvolvido pelo Centro de Estudo, Desarrollo y Educación Superior de Buenos Aires, adaptado e aplicado em 162 pessoas na cidade de Campinas (SP)
O trabalho foi feito por Carlos Vogt, coordenador do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e presidente da FAPESP, Rafael de Almeida Evangelista, pesquisador do Labjor, e Marcelo Knobel, professor associado do Instituto de Física Gleb Wataghin, da Unicamp. Os resultados do estudo Public perception of science: a preliminary analysis and interpretation of the questionnaire data applied in the city of Campinas, Brazil está publicado na edição de setembro da revista eletrônica italiana Jekyll.comm.
O grupo com percepções positivas da ciência e da tecnologia variou de uma porcentagem mínima de 40% até o máximo de 80%. As diferenças foram registradas porque as questões apresentadas no questionário tinham graus de controvérsia diferentes. O grupo que rejeitou a ciência, também nesses moldes, variou de 20% a 40%.
O questionário aplicado em Campinas é uma adaptação do documento original que foi criado em Buenos Aires, na Argentina. O intuito de se usar a mesma ferramenta é que, no futuro, será possível comparar com mais precisão os resultados que forem obtidos em vários dos locais onde a experiência foi feita ou onde ela ainda vai ser repetida. Perguntas do tipo "qual a imagem que vem à sua cabeça quando se fala na tecnologia mundial?" ou "a qualidade de vida das pessoas melhora quando ocorrem os avanços científicos e tecnológicos?" estavam presentes no documento utilizado pelos pesquisadores.
Na conclusão do trabalho, os pesquisadores conseguiram também, com base nos dados tabulados, subdividir o grupo dos críticos da ciência em mais duas categorias de análise. Um primeiro grupo, que apresenta uma ligeira vantagem quantitativa, é o que utiliza argumentos morais ou religiosos para consolidar posições contrárias aos avanços científicos. O segundo agrupamento está mais ligado a argumentos econômicos e políticos.
Os autores também apresentaram uma ressalva importante. Os dados obtidos para a cidade de Campinas, em hipótese alguma, poderão ser generalizados para todo o Brasil. É importante salientar, dizem os pesquisadores, que em regiões mais pobres do país, onde os argumentos de ordem moral e religiosa são maiores, a situação poderá ser diferente. As diferenças de um país vasto como o Brasil deverão ser sempre consideradas, na visão dos estudiosos que participaram da pesquisa.
O artigo completo pode ser lido no endereço eletrônico http://jekyll.sissa.it/jekyll_comm/articoli_eng.htm.
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