Zago (terceiro da esquerda para a direita) em reunião na Assembleia Legislativa de SP: em 2024, a Fundação destinou R$ 1,767 bilhão para mais de 27 mil projetos de pesquisa (foto: Alesp/divulgação)
Marco Antonio Zago participou, em 26 de novembro, de reunião da Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação e Informação da Assembleia Legislativa
Marco Antonio Zago participou, em 26 de novembro, de reunião da Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação e Informação da Assembleia Legislativa
Zago (terceiro da esquerda para a direita) em reunião na Assembleia Legislativa de SP: em 2024, a Fundação destinou R$ 1,767 bilhão para mais de 27 mil projetos de pesquisa (foto: Alesp/divulgação)
Helo Reinert | Agência FAPESP – O presidente da FAPESP, Marco Antonio Zago, iniciou seu pronunciamento na reunião da Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação e Informação da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), em 26 de novembro, destacando o investimento de R$ 571 milhões em 83 projetos de pesquisa dos Centros de Ciência para o Desenvolvimento (CCDs) selecionados em quatro editais. No quinto edital, em fase de submissão de propostas, o investimento previsto é de R$ 200 milhões.
“Viemos aqui com o compromisso de explicar de que forma a população de São Paulo se beneficia das pesquisas realizadas no Estado, e os CCDs são um exemplo de aplicação direta da ciência”, disse Zago.
Os CCDs já instalados reúnem mais de 3 mil pesquisadores de universidades e instituições de pesquisa paulistas, 13 secretarias de governo e 22 prefeituras, além de empresas e ONGs, em projetos colaborativos voltados à busca de solução para problemas de interesse social ou econômico do Estado de São Paulo. Para cada R$ 1 que a Fundação investe, existe contrapartida idêntica dos parceiros vinculados a cada projeto. “Os centros atuam em todas as áreas da economia e do conhecimento”, sublinhou Zago.
Considerando o conjunto de pesquisas com foco em política pública, a FAPESP apoia 190 projetos em temas tão variados como educação básica, melhoria do pescado, violência, direitos humanos, cidades sustentáveis e resíduos pós-consumo.
A Fundação investe também em temas de futuro, como tecnologias relacionadas à inteligência artificial, saúde, gestão urbana e meio ambiente, ciência de dados e indústria 4.0, entre outros.
Zago também falou sobre os Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPIDs), um dos principais programas da Fundação. “Nenhuma agência de financiamento à pesquisa brasileira consegue fazer investimentos em projetos de cinco a dez anos de pesquisa, como é o caso dos CEPIDs”, afirmou Zago. “E a FAPESP consegue porque tem estabilidade.”
Como exemplos, citou o Centro de Estudos de Carbono em Agricultura Tropical (CCARBON), que busca soluções para que a agricultura não seja apenas de carbono neutro, mas também tenha capacidade de captar esse gás de efeito estufa, e o Centro de Estudos da Favela (CEFAVELA), que, por meio de estudos quantitativos e qualitativos, busca apoiar os gestores responsáveis pela elaboração de políticas públicas. Mencionou, ainda, o Centro de Terapia Celular (CTC) da Universidade de São Paulo (USP), em Ribeirão Preto, que desenvolve tratamento contra câncer com o uso de imunoterapia à base de células CAR-T.
“Outra área que priorizamos é a educação básica”, destacou Zago. A FAPESP desenvolveu em parceria com a Secretaria de Educação o Programa PROEDUCA, que visa o desenvolvimento de políticas públicas educacionais e de abordagens pedagógicas inovadoras para a melhoria do aprendizado e a diminuição das desigualdades. “Além dos pesquisadores das universidades, as pesquisas envolvem diretamente os professores da rede estadual pública de ensino”, acrescentou.
Zago também apresentou os Centros de Pesquisa Aplicada (CPAs), criados em parceria com empresas com o objetivo de oferecer soluções para grandes problemas. FAPESP e Embraer financiam o desenvolvimento de pesquisa de ponta para a aeronáutica do futuro, o que inclui combustível com emissão de baixo carbono e sistema aéreo autônomo. Com a Koppert, a Fundação apoia pesquisas voltadas ao controle biológico de pragas na agricultura, que já resultaram em cinco produtos no mercado. E com o Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus) e a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq-USP), está sendo criado um centro voltado à sustentabilidade da citricultura paulista.
O programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE), presente em todas as regiões do Estado, aprovou desde a sua criação, em 1997, 4.184 projetos. Entre as startups que avançaram para conquistar o mercado está, por exemplo, a Ocellott, dedicada ao desenvolvimento de baterias para carros voadores; a Ziel, que desenvolveu exames domésticos de detecção de câncer de colo do útero; e a Cor.Sync, que criou um teste hospitalar para detectar o infarto agudo do miocárdio.
O Estado de São Paulo abriga metade dos empregos de alta tecnologia do Brasil, 55% das startups e mais de 25% dos doutores (PhD) na área de inteligência artificial. A cidade de São Paulo faz parte do seleto clube das 200 cidades do mundo que mais produzem ciências, segundo ranking da revista Nature (Nature Index), sendo a única da América Latina a integrar essa lista. “Mas não é só o conhecimento. Das cem cidades do mundo que têm clusters de inovação, há apenas uma na América do Sul, que é São Paulo”, pontuou.
Para que tudo isso aconteça, a FAPESP investe em auxílios e bolsas. Em 2024, foram concedidas 10.392 bolsas no país e no exterior. A Fundação reajustou as bolsas em 45% e iniciou o pagamento de previdência social para os beneficiários de programas de pós-graduação (PhD, Jovens Pesquisadores e Geração).
No período, a Fundação destinou R$ 1,767 bilhão para mais de 27 mil projetos de pesquisa, dos quais quase 13 mil foram contratados em 2024, recobrando o fôlego perdido em consequência da pandemia de COVID-19, quando o número anual de solicitações submetidas à FAPESP caiu. Ao longo dos seus 63 anos de vida, a Fundação investiu R$ 60 bilhões em 130 mil auxílios a projetos e 180 mil bolsas.
Participaram da sessão o presidente da comissão, Mauro Bragato (PSDB), e os deputados Rogério Santos (MDB) e Paulo Fiorilo (PT).
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