Metodologia incluiu parâmetros como tipo de habitação, aspectos relacionados à morfologia urbana e a proximidade de vegetação (imagem: Freepik)

Mudanças climáticas
Pesquisa mapeia risco ao calor em São Paulo
19 de setembro de 2025

Estudo da FAU-USP foi elaborado a partir da combinação de dados ambientais e socioeconômicos e publicado na revista Urban Climate

Mudanças climáticas
Pesquisa mapeia risco ao calor em São Paulo

Estudo da FAU-USP foi elaborado a partir da combinação de dados ambientais e socioeconômicos e publicado na revista Urban Climate

19 de setembro de 2025

Metodologia incluiu parâmetros como tipo de habitação, aspectos relacionados à morfologia urbana e a proximidade de vegetação (imagem: Freepik)

 

Agência FAPESP – Pesquisadores da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo e de Design da Universidade de São Paulo (FAU-USP) fizeram mapeamento de risco ao calor em São Paulo. O trabalho foi publicado em artigo na revista Urban Climate e contou com apoio da FAPESP (23/03279-8, 21/04751-7, 22/08401-3, 21/11762-5 e 20/06694-8).

O mapeamento foi elaborado a partir da combinação de dados ambientais e socioeconômicos, ressaltando a importância e a necessidade de políticas integradas focadas na redução do risco.

No contexto de saúde pública, risco de calor (heat risk) se refere à probabilidade de o calor extremo causar efeitos negativos na saúde humana. Como explicam os autores no artigo, aspectos ambientais, como vegetação e padrões de sombreamento, influenciam fortemente esse risco. Contudo, aspectos comportamentais que modulam a exposição também são decisivos no enfrentamento de altas temperaturas. Faixas etárias específicas mais sensíveis ao calor, como crianças e idosos, por exemplo, são parâmetros importantes de vulnerabilidade, assim como a renda, diretamente relacionada à capacidade de adaptação. A densidade populacional e as condições de moradia, por outro lado, são essenciais para entender a exposição. Pessoas de baixa renda que vivem em condições precárias de moradia geralmente não apenas apresentam menor capacidade de adaptação, mas também têm empregos informais que exigem que trabalhem ao ar livre, uma tendência comum no Brasil (leia mais em: agencia.fapesp.br/55511 e revistapesquisa.fapesp.br/o-calor-das-cidades/).

Os resultados do estudo mostram uma forte relação entre aspectos socioeconômicos e risco de calor e a necessidade de políticas integradas para reduzi-lo. “Além da tentativa de suprir uma lacuna de pesquisa sobre o tema em cidades subtropicais, a metodologia incluiu parâmetros inéditos, como o tipo de habitação, aspectos relacionados à morfologia urbana e a proximidade com a vegetação”, explica à Agência FAPESP Denise Duarte, professora da FAU-USP e uma das autoras do artigo. Duarte é a convidada da próxima Conferência FAPESP (26/09), com o tema "Adaptação de cidades 1,5 °C mais quentes" (leia mais em: agencia.fapesp.br/55862).

O mapa foi desenvolvido na escala do setor censitário, utilizando dados públicos e a opinião de especialistas, e todo o protocolo metodológico partiu da definição de risco estabelecida pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC).

“Outro ponto é o potencial do mapa como uma ferramenta de planejamento urbano e de apoio às políticas públicas voltadas à adaptação climática, uma vez que foi desenvolvido na escala do setor censitário e, portanto, pode ser adaptado e replicado para qualquer cidade brasileira”, acrescenta a professora.

A principal autora do artigo é Luiza Sobhie Muñoz, doutoranda da FAU orientada por Duarte.

O artigo Heat risk in the city of São Paulo: Interactions between SUHI and social inequality pode ser lido em www.sciencedirect.com/science/article/pii/S2212095525002846.
 

  Republicar
 

Republicar

A Agência FAPESP licencia notícias via Creative Commons (CC-BY-NC-ND) para que possam ser republicadas gratuitamente e de forma simples por outros veículos digitais ou impressos. A Agência FAPESP deve ser creditada como a fonte do conteúdo que está sendo republicado e o nome do repórter (quando houver) deve ser atribuído. O uso do botão HMTL abaixo permite o atendimento a essas normas, detalhadas na Política de Republicação Digital FAPESP.