Da esquerda para a direita: Orlando Leite Ribeiro, Lucía de Juan Ferré e Carlos Américo Pacheco (foto: Elton Alisson/Agência FAPESP)
Na avaliação de participantes da sessão de abertura da FAPESP Week Spain, em Madri, ainda há muito espaço para aumentar a colaboração entre os dois países nessas áreas
Na avaliação de participantes da sessão de abertura da FAPESP Week Spain, em Madri, ainda há muito espaço para aumentar a colaboração entre os dois países nessas áreas
Da esquerda para a direita: Orlando Leite Ribeiro, Lucía de Juan Ferré e Carlos Américo Pacheco (foto: Elton Alisson/Agência FAPESP)
Elton Alisson, de Madri | Agência FAPESP – A Espanha é um dos países que mantêm maior colaboração científica com o Brasil. Mas ainda há muito espaço para aumentar a cooperação em pesquisa, desenvolvimento e inovação, avaliaram participantes da sessão de abertura da FAPESP Week Spain, nesta quarta-feira (27/11).
O evento, que termina hoje (28/11) na Faculdade de Medicina da Universidade Complutense de Madri (UCM), na região de Moncloa-Aravaca (Espanha), tem o objetivo de fortalecer os vínculos entre pesquisadores do Estado de São Paulo e da Espanha para promover parcerias de pesquisas.
“As publicações científicas conjuntas de pesquisadores do Estado de São Paulo com a Espanha têm registrado um aumento constante ao longo dos anos, o que mostra que podemos explorar e fomentar ainda mais a colaboração científica, uma vez que temos excelentes grupos de pesquisa em ambos os lados do Atlântico”, disse Marcio de Castro, diretor científico da FAPESP.
“Quase 60% dessa colaboração se dá em ciências naturais, seguidas pelas ciências médicas, e tem permitido aumentar a visibilidade e a excelência na pesquisa realizada pelos dois países”, avaliou o dirigente.
Marcio de Castro, diretor científico da FAPESP (foto: Elton Alisson/Agência FAPESP)
Maior universidade pública da Espanha, com quase 65 mil alunos e 3,5 mil pesquisadores, e uma das mais antigas da Europa, a UCM tem muito interesse em ampliar as relações científicas com o Brasil, sublinhou Lucía de Juan Ferré, vice-reitora para Pesquisa e Transferência da instituição.
Fundada em 1499 e sediada em Madri desde 1836, a UCM tem convênios de cooperação com 340 universidades e 934 instituições de pesquisa em 77 países, incluindo o Brasil.
“A Universidade Complutense de Madri é uma instituição profundamente comprometida com a pesquisa e a inovação. Temos uma enorme comunidade acadêmica que proporciona o ambiente perfeito para o intercâmbio intelectual, cultural e de pesquisa”, disse Ferré.
Uma das ferramentas utilizadas hoje pela instituição para ampliar a cooperação científica com a América Latina é a União Ibero-Americana de Universidades (UIU). A rede foi estabelecida em 2016 entre cinco universidades da América Latina e da Espanha: a Universidade de São Paulo (USP), a Universidade Nacional Autônoma do México (Unam), a Universidade de Buenos Aires (UBA), a UCM e a Universidade de Barcelona (UB), para o desenvolvimento de programas conjuntos de pesquisa, ensino e mobilidade de pesquisadores. Mas, na avaliação da dirigente, é possível estudar e implementar outros novos instrumentos para essa finalidade.
“Já temos colaboração com pesquisadores brasileiros, mas sabemos que podemos fazer mais. Precisamos estimular nossos pesquisadores a buscar novas colaborações. E sabemos que iniciativas como a FAPESP Week são muito relevantes para aumentar ainda mais nossa colaboração internacional, porque têm o objetivo de criar conexão entre pesquisadores para buscar novas parcerias, além de discutir novas oportunidades de financiamento e também para detectar lacunas que temos tanto na pesquisa como no fomento”, avaliou Ferré.
O diretor-presidente do Conselho Técnico-Administrativo da FAPESP, Carlos Américo Pacheco, sublinhou que a colaboração internacional em pesquisa é mandatória para aumentar a qualidade da ciência.
“A colaboração internacional é estratégica não só para a produção científica, mas também para a inovação. Também gostaríamos de discutir com as agências de fomento da Espanha a oportunidade de aumentar a colaboração em inovação, convidando empresas e startups do Brasil e da Espanha para se juntarem nesse tipo de desafio”, afirmou.
Diplomacia da ciência
Também presente na abertura do evento, o embaixador do Brasil junto ao Reino da Espanha e ao Principado de Andorra, Orlando Leite Ribeiro, avaliou que eventos como a FAPESP Week ampliam a colaboração ao promover o diálogo e iniciativas orientadas para o aumento do conhecimento e a resolução de desafios.
“Encontros como esse são a expressão concreta do que a diplomacia da inovação busca promover. Aqui, cientistas, pesquisadores e estudantes têm a oportunidade de dialogar, trocar experiências e explorar novas possibilidades de colaboração, reafirmando que a ciência e a inovação, assim como o comércio e a cultura, transcendem fronteiras”, disse.
Nesse sentido, a diplomacia também pode ser uma ferramenta para ajudar a promover o desenvolvimento sustentável globalmente, avaliou Isabel Diaz, vice-presidente para Cooperação Internacional do Conselho Superior de Investigações Científicas (CSIC) da Espanha.
Maior organização de pesquisa da Espanha, a entidade registra o maior número de projetos em colaboração com a África, América Latina e o Caribe, afirmou a dirigente.
“Também estamos criando ferramentas adicionais para que possamos aprimorar essas colaborações internacionais com a América Latina e a África”, afirmou Diaz.
Mais informações sobre a FAPESP Week Spain em: www.fapesp.br/week/2024/spain.
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