Ministra visitou o Núcleo de Terapia Avançada, onde são produzidas as células que serão usadas no estudo (foto: Hemocentro RP)

Câncer
Estudo clínico de terapia celular contra o câncer é oficialmente lançado em Ribeirão Preto
27 de março de 2024

Cerimônia contou com a presença da ministra Nísia Trindade, que inaugurou a operação da “fábrica de células” para terapias avançadas sediada no Hemocentro RP e apoiada pela FAPESP

Câncer
Estudo clínico de terapia celular contra o câncer é oficialmente lançado em Ribeirão Preto

Cerimônia contou com a presença da ministra Nísia Trindade, que inaugurou a operação da “fábrica de células” para terapias avançadas sediada no Hemocentro RP e apoiada pela FAPESP

27 de março de 2024

Ministra visitou o Núcleo de Terapia Avançada, onde são produzidas as células que serão usadas no estudo (foto: Hemocentro RP)

 

Agência FAPESP* – A ministra da Saúde, Nísia Trindade, participou na segunda-feira (25/03) do lançamento oficial do Estudo Clínico com a Terapia Celular CAR-T (Carthedrall), que vai testar um tratamento inovador contra o câncer que usa células reprogramadas do próprio paciente. Na ocasião também houve a inauguração operacional do Núcleo de Terapia Avançada (Nutera) do Hemocentro de Ribeirão Preto, onde são produzidas as células CAR-T que serão usadas no estudo.

O tratamento foi desenvolvido no Centro de Terapia Celular (CTC), um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) da FAPESP sediado na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP). Com unidades em Ribeirão Preto e em São Paulo, no Instituto Butantan, o Nutera também recebe apoio da Fundação por meio do programa Centros de Ciência para o Desenvolvimento (CCDs).

A cerimônia foi conduzida pelo diretor-presidente do Hemocentro RP e pró-reitor de Pós-Graduação da USP, Rodrigo Calado, e pelo diretor do Instituto Butantan, Esper Kallás. Eles apresentaram para a ministra a “fábrica de células” sediada no Nutera.

Também estiveram presentes o secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e do Complexo Econômico-Industrial da Saúde do Ministério da Saúde, Carlos Gadelha, o deputado federal Baleia Rossi, o secretário de Saúde do Estado de São Paulo, Eleuses Paiva, o presidente da Fiocruz, Mario Moreira, o secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado de São Paulo, Vahan Agopyan, o diretor-geral substituto do Instituto Nacional de Câncer (Inca), João Paulo de Biaso Viola, o diretor da FMRP-USP, Rui Ferriani, e o superintendente do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto (HCFMRP-USP), Ricardo Cavalli.

A ministra da Saúde destacou a importância do trabalho em equipe, que envolveu instituições, pesquisadores, médicos e técnicos. E ressaltou a importância que o governo federal dá à inovação como instrumento a favor da saúde pública e da vida. “Esse estudo clínico multicêntrico certamente nos permitirá fazer chegar à população um tratamento revolucionário”, disse.

O secretário Carlos Gadelha falou sobre o empenho da ministra para o avanço da pesquisa e da inovação nacional. “O recurso da ciência, tecnologia e educação é o mais estratégico para que a tragédia da pandemia não se repita em outras áreas, como a do câncer.”

Estudo Clínico Carthedrall

A iniciativa pioneira financiada pelo Ministério da Saúde vai avaliar o uso de células CAR-T no tratamento de 81 pacientes com leucemia linfoide aguda de células B e linfoma não Hodgkin de células B em cinco hospitais paulistas, de forma gratuita. O objetivo é desenvolver um produto nacional e disponível para o Sistema Único de Saúde (SUS). Mais informações sobre o projeto e como participar estão disponíveis em: www.hemocentro.fmrp.usp.br/terapia.

A terapia CAR-T estava disponível apenas de forma experimental e limitada. Desde 2019, 20 pacientes receberam o tratamento de forma compassiva no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto. Foram atendidas pessoas gravemente doentes, que não tinham outras opções clínicas disponíveis. Todos os casos apresentaram remissão do câncer.

As células CAR-T representam uma fronteira inovadora na terapia celular. Essa abordagem terapêutica integra a biotecnologia, a engenharia genética, a imunologia e a hematologia para reprogramar as células do próprio paciente, fazendo-as combater o câncer de maneira mais eficaz.

O estudo clínico foca em pacientes que não tiveram resposta ou apresentaram recidiva da doença após tratamentos convencionais, como quimioterapia e transplante de medula óssea. A terapia CAR-T desenvolvida alveja especificamente o antígeno CD19, encontrado na leucemia linfoide aguda de células B e no linfoma não Hodgkin de células B.

Nutera

A operacionalização do Nutera amplia a capacidade de produção de terapias celulares avançadas e solidifica a infraestrutura necessária para o desenvolvimento e aplicação desses tratamentos inovadores no Brasil. Trata-se de um passo importante na luta contra o câncer, oferecendo esperança renovada a muitos pacientes por meio de tratamentos mais eficazes e personalizados.

A iniciativa também tem apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e do Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica (Pronon).

O Nutera Ribeirão Preto, já operacional, representa um salto qualitativo na capacidade de tratamento de pacientes com câncer, prometendo atender as necessidades dos participantes do estudo clínico em curso e, futuramente, expandir o atendimento para até 300 pacientes anualmente, garantindo a manutenção de altos padrões de qualidade e segurança conforme as Boas Práticas de Fabricação (BPF).

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