Carlos Américo Pacheco (FAPESP) e Chico Saboya (Embrapii) participaram da solenidade de oficialização do acordo realizada na Fiesp (foto: Embrapii/divulgação)
Acordo de Cooperação Técnica entre as instituições foi firmado ontem, em evento realizado na sede da Fiesp. Recursos serão destinados a pesquisas nas áreas de Open RAN e Terapias Avançadas
Acordo de Cooperação Técnica entre as instituições foi firmado ontem, em evento realizado na sede da Fiesp. Recursos serão destinados a pesquisas nas áreas de Open RAN e Terapias Avançadas
Carlos Américo Pacheco (FAPESP) e Chico Saboya (Embrapii) participaram da solenidade de oficialização do acordo realizada na Fiesp (foto: Embrapii/divulgação)
Agência FAPESP* – A FAPESP e a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) assinaram ontem (21/02) um Acordo de Cooperação Técnica que pode viabilizar um investimento total de R$ 150 milhões em dois Centros de Competência Embrapii localizados no Estado de São Paulo – um em Campinas e outro na capital. A parceria abre a possibilidade de que a Fapesp venha a aportar até R$ 75 milhões para pesquisas nas áreas de Open RAN (rede de acesso aberta via rádio, na sigla em inglês) e Terapias Avançadas, dobrando o investimento previsto inicialmente para essas iniciativas, que vão impulsionar pesquisas estratégicas para o país em áreas de fronteira tecnológica.
A solenidade de oficialização do acordo ocorreu na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), durante o 1° Roadshow Centros de Competência da Embrapii. Estiveram presentes o presidente da Embrapii, Chico Saboya, o diretor-presidente do Conselho Técnico-Administrativo da FAPESP, Carlos Américo Pacheco, e representantes do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e do Ministério da Saúde, além de instituições representativas do setor produtivo.
"A FAPESP está muito satisfeita em firmar esta parceria com a Embrapii. A Fundação atua no fomento à inovação há mais de 20 anos, por meio do Programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas [PIPE] e dos Centros de Pesquisa em Engenharia [CPEs], que apoiam pesquisas colaborativas entre universidades, institutos e empresas. Os centros de competência hoje anunciados abrem outra possibilidade de apoio à inovação e, com certeza, vão estimular outras modalidades de cooperação entre a FAPESP e a Embrapii”, destacou Pacheco. “Tal como fazemos numa parceria com o CNPq [Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico], no apoio aos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia [INCTs], os centros aqui anunciados poderão submeter projetos para a FAPESP, que vai analisá-los pelos seus critérios e decidir pela suplementação dos recursos. Tenho certeza de que teremos boas razões para comemorar no futuro próximo fortalecendo as competências dessas instituições”, acrescentou.
Com um modelo inédito, os Centros de Competência Embrapii pretendem construir conhecimento e criar pontos de referência no país para pesquisas em áreas de tecnologias de fronteira.
“É importante registrar esse avanço da Embrapii, nestes dois últimos anos, de incorporar uma nova modalidade de desenvolvimento tecnológico para a indústria, com um modelo mais proativo, em que, por meio desses Centros de Competência, a gente tem como desbravar as tecnologias de fronteira. E temos a satisfação de adicionar a FAPESP a esse pool de entidades, já formado por MCTI e Ministério da Saúde”, ressaltou Saboya.
Open RAN
O Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPQD), localizado em Campinas (SP), foi selecionado em maio de 2023 para a gestão do Centro de Competência Embrapii em Open RAN. O contrato prevê o aporte de R$ 60 milhões da Embrapii, oriundos do Programa Prioritário PPI IoT/Manufatura 4.0, do MCTI. Com mais R$ 60 milhões, a serem aplicados pela FAPESP, o montante investido vai chegar a R$ 120 milhões. Além disso, deverão ser captados no mínimo mais R$ 6 milhões junto a empresas associadas, chegando a um total de pelo menos R$ 126 milhões.
O Centro de Competência Embrapii em Open RAN tem como foco o desenvolvimento de tecnologias abertas para infraestrutura de redes de telecomunicações. Atualmente, as redes são dependentes de equipamentos produzidos por poucos fornecedores que oferecem soluções proprietárias. O Centro de Competência Embrapii em Open RAN permitirá que empresas se especializem no desenvolvimento de software e hardware abertos, possibilitando o surgimento de novas empresas no segmento e aumentando a oferta de equipamentos e soluções às operadoras de rede.
Terapias Avançadas
A Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Hospital Albert Einstein vai receber R$ 15 milhões da Embrapii, provenientes do Ministério da Saúde, para as pesquisas do Centro de Competência Embrapii em Terapias Avançadas. Com o acordo, a FAPESP passa a aportar o mesmo valor, somando um investimento de R$ 30 milhões. A instituição gestora, selecionada em setembro de 2023, ainda deverá buscar mais R$ 2,3 milhões junto a empresas associadas, o que representa um aporte total de pelo menos R$ 32,3 milhões.
O Centro de Competência Embrapii em Terapias Avançadas tem a missão de avançar no estudo de terapias gênicas para tratamentos inovadores contra doenças ainda sem terapias resolutivas. O Einstein vai desenvolver pesquisas que buscam soluções de fronteira a partir da potencialização ou modificação da atuação de células humanas. As terapias gênicas podem ajudar a reduzir ou eliminar a necessidade de tratamentos contínuos que podem durar a vida toda, além de permitir o desenvolvimento de tratamentos para doenças sem respostas satisfatórias.
Os Centros de Competência
Os novos centros vão atuar em temas diferentes e serão responsáveis por soluções inovadoras com o objetivo de viabilizar grandes tendências da indústria para o futuro. No total, serão nove unidades, com um investimento total de R$ 495 milhões da Embrapii, valor que será alavancado por meio de parcerias com novas instituições investidoras e contratos a serem firmados com empresas associadas. Além de Open RAN e Terapias Avançadas, já foram anunciadas iniciativas nas áreas de Tecnologia Quântica; Tecnologia e Infraestruturas de Conectividade 5G e 6G; Tecnologias Imersivas Aplicadas a Mundos Virtuais; Plataformas de Hardware Inteligentes e Conectadas; e Segurança Cibernética.
* Com informações da Assessoria de Comunicação da Embrapii.
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