Objetivo da premiação é incentivar o desenvolvimento de atividades científicas em escolas públicas (imagem: divulgação)

Prêmio
4ª edição do Prêmio Ciência para Todos anuncia vencedores
24 de outubro de 2025

Escolas de Franca, Itatiba e Campinas venceram na categoria ensino médio; no ensino fundamental, as premiadas são de Várzea Paulista, Mogi Guaçu e Pedreira

Prêmio
4ª edição do Prêmio Ciência para Todos anuncia vencedores

Escolas de Franca, Itatiba e Campinas venceram na categoria ensino médio; no ensino fundamental, as premiadas são de Várzea Paulista, Mogi Guaçu e Pedreira

24 de outubro de 2025

Objetivo da premiação é incentivar o desenvolvimento de atividades científicas em escolas públicas (imagem: divulgação)

 

Agência FAPESP – A 4ª edição do Prêmio Ciência para Todos, uma iniciativa da FAPESP e da Fundação Roberto Marinho, por meio do Canal Futura, selecionou os seis projetos de pesquisa vencedores. No ensino fundamental, as escolas vencedoras são das cidades de Várzea Paulista, Mogi Guaçu e Pedreira. Já no ensino médio, o destaque foi para professores e alunos dos municípios de Campinas, Franca e Itatiba. A cerimônia de premiação será na próxima quarta-feira (29/10) às 10h, no Museu Catavento, em São Paulo.

“O objetivo da premiação é incentivar o desenvolvimento de atividades científicas em escolas públicas e promover o engajamento de estudantes e da comunidade escolar com a ciência e suas aplicações na educação e na vida”, afirma Marco Antonio Zago, presidente da FAPESP.

Neste ano, o prêmio mobilizou professores e alunos de mais de cem escolas das redes municipal e estadual do Estado de São Paulo, além de institutos federais de ensino médio técnico e profissionalizante. Todos participaram de jornadas formativas em plataforma on-line do Canal Futura e da Fundação Roberto Marinho, com orientações sobre o desenvolvimento de projetos de pesquisa e produção audiovisual, com certificação para todos ao final, antes de desenvolver projetos submetidos a uma banca de especialistas.

A líder de projetos da Fundação Roberto Marinho, Luiza Goulart, que coordenou a 4ª edição do Prêmio, destaca o caráter integrador da iniciativa. “O Prêmio Ciência para Todos reforçou, mais uma vez, o interesse dos estudantes em conectar o que aprendem em sala de aula com a vida cotidiana. É fundamental reconhecer o papel dos professores engajados, que inspiram seus alunos a vivenciar o processo científico por meio de projetos colaborativos. Essas experiências incentivam a busca por soluções baseadas na ciência e geram impactos positivos em toda a comunidade escolar”, celebra.

Os projetos vencedores

Inspirados pelos problemas causados pelas fortes chuvas em Várzea Paulista, os estudantes da Escola Estadual Mitiharu Tanaka desenvolveram o projeto “Cidade à Prova d’Água”, orientado pela professora Kethlyn Belmonte – que já ganhou uma edição anterior do prêmio. O grupo desenvolveu protótipos que demonstram o funcionamento de pisos drenantes que, se implementados, poderiam facilitar o escoamento da água da chuva ao captar e redirecionar o acumulado por meio de bacias de amortecimento. O projeto chegou a ser apresentado a representantes da prefeitura.

As consequências da crise climática também contextualizam o projeto desenvolvido na Escola Municipal Professora Maria Diva Franco de Oliveira, em Mogi Guaçu, orientado pelos professores Alex Barreiro e Araci França. “Da distopia à utopia: memórias e preservação das águas” une tecnologia, memória e arte para investigar como a comunidade escolar se relaciona com o rio Mogi Guaçu, principal símbolo natural e histórico do município. Os alunos levaram os resultados da pesquisa para “aulões” na escola, fizeram um podcast e participaram do desfile cívico com cartazes sobre o rio.

O terceiro projeto vencedor da categoria ensino fundamental foi desenvolvido na Escola Estadual Luiz Bortoletto, em Pedreira. Sob a orientação da professora Tamires Aparecida Darioli, os estudantes mergulharam em um projeto que une tradição e ciência: a “Farmácia Natural – Saberes Populares e Plantas Medicinais da Comunidade”. A equipe iniciou um trabalho de investigação que envolveu entrevistas com pais e responsáveis, análises científicas das plantas mais citadas e a produção de preparados naturais, como tinturas, óleos medicinais, unguentos e escalda-pés. O grupo também criou um herbário escolar e um livreto educativo com informações acessíveis à comunidade, consolidando um ciclo completo de pesquisa, experimentação e devolutiva social.

Já na etapa do ensino médio, um dos vencedores é o projeto “FishVision”, realizado por alunos do curso técnico em eletrônica integrado ao ensino médio da Escola Técnica Estadual Bento Quirino, em Campinas. O grupo encontrou uma forma criativa de unir tecnologia, bem-estar animal e eficiência produtiva. Sob a orientação da professora Regina Morishigue Kawakami, eles desenvolveram um protótipo de submarino impresso em 3D que realiza a biometria de tilápias por meio de uma câmera e um sensor de distância a laser TOF, tudo de forma remota e não invasiva. A medição do pescado aumenta a produtividade e, principalmente, protege o ecossistema, evitando a captura de animais que ainda não chegaram à fase adulta.

A Escola Técnica Estadual Rosa Perrone Scavone, no município de Itatiba, desenvolveu o projeto “Neurync – Sistema de Auxílio para Neurodivergentes”, que tem o propósito de facilitar a comunicação e reduzir situações de sobrecarga sensorial em sala de aula, especialmente para alunos com TDAH, dislexia e autismo. Sob a orientação do professor Anderson Wilker Sanfins, os estudantes desenvolveram um sistema que permite o envio de alertas discretos aos professores em momentos de desconforto em sala de aula, evitando constrangimentos e fortalecendo a inclusão.

Também há uma escola vencedora na cidade de Franca. Com orientação do professor Henrique Pereira, que já havia vencido uma edição anterior do Ciência para Todos, os estudantes da Escola Estadual Ângelo Scarabucci criaram o projeto “Fertiliza Invasora”. O trabalho visa controlar e reaproveitar árvores invasoras no reflorestamento com espécies nativas. Além da conservação ambiental, a iniciativa ajudou a criar eventos ecológicos entre os alunos, que participaram de circuitos educativos com caminhadas, coleta de lixo e plantio de mudas.
 

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