Evento organizado por NWO e FAPESP discutirá dois temas principais: “como recompensar e reconhecer cientistas” e “princípios e práticas para o financiamento de pesquisas em mudanças climáticas” (imagem: reprodução)

Principais agências de fomento do mundo se reúnem em Haia para encontro anual do Global Research Council
26 de maio de 2023

Evento organizado por NWO e FAPESP discutirá dois temas principais: "como recompensar e reconhecer cientistas” e “princípios e práticas para o financiamento de pesquisas em mudanças climáticas”

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Evento organizado por NWO e FAPESP discutirá dois temas principais: "como recompensar e reconhecer cientistas” e “princípios e práticas para o financiamento de pesquisas em mudanças climáticas”

26 de maio de 2023

Evento organizado por NWO e FAPESP discutirá dois temas principais: “como recompensar e reconhecer cientistas” e “princípios e práticas para o financiamento de pesquisas em mudanças climáticas” (imagem: reprodução)

 

Karina Toledo | Agência FAPESP – Terá início na próxima segunda-feira (29/05) em Haia, nos Países Baixos, a Reunião Anual do Global Research Council (GRC) – entidade que reúne mais de 60 agências de fomento público à pesquisa do mundo. A Organização Neerlandesa para a Pesquisa Científica (NWO) e a FAPESP são as anfitriãs da edição de 2023, que discutirá dois temas principais: “como recompensar e reconhecer cientistas” e “pesquisas sobre mudanças climáticas”. O objetivo é que, ao final, as agências-membro endossem, para cada assunto, uma declaração de princípios e práticas que deverá guiar os trabalhos desenvolvidos nessas áreas.

“Esse tipo de documento é importante porque cria um conjunto de valores comuns que facilitam a cooperação científica. Quando for preciso fazer a avaliação de mérito de um projeto, por exemplo, todos já estão alinhados. Claro que não é algo obrigatório, não tem implicação legal, mas é um compromisso que os financiadores de pesquisa assumem”, explica Euclides de Mesquita Neto, membro da Coordenação Adjunta para Programas Especiais e Colaborações em Pesquisa da FAPESP e secretário-executivo do GRC.

Os temas de 2023 foram propostos pelas agências organizadoras, NWO e FAPESP, que ficaram também responsáveis por elaborar a versão preliminar dos documentos. Esses textos foram amplamente discutidos ao longo de 2022, tanto na reunião do Executive Support Group (Grupo de Apoio Executivo) ocorrida em setembro, quanto nas cinco reuniões regionais: Américas, Ásia-Pacífico, Europa, Oriente Médio-Norte da África e África Subsaariana. “As realidades são muito distintas em cada uma das regiões. E essas reuniões prévias permitem incorporar ao documento as diferentes visões sobre o tema”, comenta Mesquita Neto.

Uma vez aprovadas pelo Governing Board (Conselho de Administração, principal instância de governança do GRC), as declarações de princípios e práticas estão aptas a ser endossadas pelas agências-membro. “Durante a Reunião Anual não será mais discutido o conteúdo dos documentos, que já está acordado. O objetivo é ampliar o debate, incluindo temas correlacionados e buscando estratégias para implementar esses princípios e práticas”, explica o secretário-executivo.

No que se refere a mudanças climáticas, por exemplo, um dos aspectos já acordados é que a desigualdade socioeconômica e de gênero torna certos grupos de pessoas mais vulneráveis aos impactos do clima – algo que deve ser considerado nas pesquisas sobre o tema. O documento também ressalta que, devido à complexidade do problema, os estudos devem abranger todas as áreas do conhecimento (transdisciplinaridade e multidisciplinaridade), além de envolver os cidadãos, os decisores políticos e outros stakholders.

Já o texto sobre recompensa e reconhecimento de cientistas sublinha a necessidade de ir além das métricas baseadas em publicações científicas (fator de impacto das revistas e número de citações a um artigo), tornando o processo de avaliação de mérito mais amplo, holístico e adaptado a cada contexto.

“Em princípio essas diretrizes valem para as agências que integram o GRC, mas indiretamente acabam influenciando as políticas das instituições de pesquisa e, consequentemente, os pesquisadores. Por exemplo, os mecanismos de avaliação e os programas adotados pela FAPESP claramente se refletem nas práticas adotadas nas universidades paulistas”, afirma Mesquita Neto.

Paralelamente ao evento principal – que será sediado no Palácio da Paz, onde está abrigado o Tribunal Internacional de Justiça –, será realizada no hotel Hilton The Hague uma série de encontros paralelos. Entre os temas que serão discutidos estão: inclusão e diversidade no ecossistema de pesquisa; integridade e segurança da pesquisa; e apoio a pesquisadores em risco. O programa completo do evento, que ocorrerá entre segunda (29/05) e sexta-feira (02/06) da próxima semana, pode ser consultado em: www.grc2023thehague.nl/home/.
 

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