Fundação mantém diversos programas para apoiar projetos orientados por demandas sociais concretas (imagem: Agência FAPESP)

Ciência e gestão pública são temas do 5º fascículo do livro comemorativo dos 60 anos da FAPESP
26 de novembro de 2021

Fundação mantém diversos programas para apoiar projetos orientados por demandas sociais concretas. Material traz informações e resultados do Programa de Pesquisa para o SUS

Ciência e gestão pública são temas do 5º fascículo do livro comemorativo dos 60 anos da FAPESP

Fundação mantém diversos programas para apoiar projetos orientados por demandas sociais concretas. Material traz informações e resultados do Programa de Pesquisa para o SUS

26 de novembro de 2021

Fundação mantém diversos programas para apoiar projetos orientados por demandas sociais concretas (imagem: Agência FAPESP)

 

Agência FAPESP – Um estudo sobre os efeitos da recessão econômica no campo da saúde, iniciado em 2018, resultou em um diagnóstico abrangente endereçado aos tomadores de decisões em políticas públicas. A pesquisa, apoiada pela FAPESP, identificou a alta rotatividade de médicos principalmente nos hospitais públicos e a precarização dos vínculos de trabalho, o que abriu novas oportunidades de negócios para o setor privado de saúde.

Durante a pandemia, com a paralisação dos atendimentos eletivos, foi a vez de os planos de saúde e grandes grupos hospitalares lucrarem com a crise. “Alguns planos privados ganharam novos clientes, mesmo com o aumento do desemprego no país”, afirmou Mário César Scheffer, do Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-USP), em entrevista publicada em “Políticas Públicas baseadas em evidências”, o quinto fascículo do livro FAPESP 60 anos – Ciência, Cultura e Desenvolvimento. “Aconselhamos desde um aporte maior de recursos para o SUS [Sistema Único de Saúde] até uma regulação mais rígida do setor privado por parte da Agência Nacional de Saúde [ANS].”

O estudo, já apresentado pelos pesquisadores ao Conselho Nacional de Saúde (CNS) e à Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), é mais uma demonstração do potencial da ciência para subsidiar a formulação de políticas públicas, tema central do quinto fascículo do livro que comemora os 60 anos da Fundação.

O fascículo elenca uma série de iniciativas da FAPESP para o fortalecimento do diálogo entre ciência e a gestão pública, pautadas por demandas sociais concretas. Entre elas estão os Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPIDs), o BIOTA, o BIOEN e o Programa de Pesquisa em Políticas Públicas (PPP) – implementado há mais de 20 anos –, por meio do qual a Fundação destinou cerca de R$ 32 milhões para estudos de imunogenicidade e segurança da vacina CoronaVac, fabricada pelo Instituto Butantan em parceria com a biofarmacêutica chinesa Sinovac.

Nos próximos meses, em parceria com a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, a FAPESP apoiará estudos para avaliar práticas de ensino em escolas de ensino fundamental e médio. “Todos esses programas englobam pesquisas que eventualmente subsidiam políticas públicas em diversos setores da sociedade”, sublinhou Luiz Eugênio Mello, diretor científico da FAPESP.

O capítulo dá também detalhes de um programa mais recente, o Ciência para o Desenvolvimento, por meio do qual a FAPESP apoia núcleos de pesquisas orientadas a problemas específicos, que operam no formato de rede de colaboração entre órgãos de governo, instituições públicas e parceiros privados. “O objetivo é mobilizar diferentes atores, para além da academia, em torno de projetos capazes de resolver problemas concretos com impacto na economia do Estado de São Paulo”, explicou Carlos Américo Pacheco, diretor-presidente do Conselho Técnico-Administrativo da FAPESP.

Indicadores de desempenho

Na mesma perspectiva de apoio a políticas públicas está o projeto Métricas.edu, que analisa as universidades públicas paulistas com o objetivo de desenvolver indicadores de desempenho e métricas para a avaliação de seu impacto econômico, social e cultural. O objetivo é gerar dados com “metodologias comparáveis”, sublinha Jacques Marcovitch, professor da Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Atuária da USP e coordenador do projeto.

Esse conjunto de iniciativas inclui também o Programa Pró-Ciências e o Programa de Ensino Público – com 169 projetos já aprovados –, alguns deles detalhados no fascículo. A pesquisa “Gênese e desenvolvimento da organização do ensino de matemática em um município paulista”, realizada entre 2016 e 2020 em 36 escolas públicas de Pirassununga, resultou num documento, apresentado à Secretaria Municipal de Educação, com subsídios para a formação de professores, elaboração de diretrizes curriculares municipais, entre outros, conforme relatou Claudia Serra, coordenadora da pasta municipal de Educação.

“A pesquisa constrói um conhecimento que pode, dentro de determinadas condições e circunstâncias, ser apropriado pelo sistema de ensino”, disse Ana Maria Fonseca, que integra a coordenação de área de Ciências Humanas e Sociais, Arquitetura, Economia e Administração da FAPESP.

O quinto fascículo traz ainda informações e resultados do Programa de Pesquisa para o SUS, além de dois artigos assinados por Olival Freire Júnior, professor do Instituto de Física da Universidade Federal da Bahia (UFBA), e Helena Nader, professora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e vice-presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC).

O quinto fascículo está disponível em: 60anos.fapesp.br/livro/fasciculo_05.

Os quatro primeiros fascículos do livro FAPESP 60 anos – Ciência, Cultura e Desenvolvimento“Seis décadas de realizações”, “DNA da Ciência Paulista”, “Pioneirismo Digital” e “Grandes Projetos, grandes resultados” – estão disponíveis no site comemorativo dos 60 anos da instituição: 60anos.fapesp.br.

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