Autor de tese na área de educação matemática, Greiton Toledo de Azevedo é o único brasileiro na disputa pelo Global Teacher Prize de 2021. Premiação foi criada pela Fundação Varkey para valorizar trajetórias docentes notáveis e com impacto social (foto: Projeto Mattics/divulgação)
Autor de tese na área de educação matemática, Greiton Toledo de Azevedo é o único brasileiro na disputa pelo Global Teacher Prize de 2021. Premiação foi criada pela Fundação Varkey para valorizar trajetórias docentes notáveis e com impacto social
Autor de tese na área de educação matemática, Greiton Toledo de Azevedo é o único brasileiro na disputa pelo Global Teacher Prize de 2021. Premiação foi criada pela Fundação Varkey para valorizar trajetórias docentes notáveis e com impacto social
Autor de tese na área de educação matemática, Greiton Toledo de Azevedo é o único brasileiro na disputa pelo Global Teacher Prize de 2021. Premiação foi criada pela Fundação Varkey para valorizar trajetórias docentes notáveis e com impacto social (foto: Projeto Mattics/divulgação)
Agência FAPESP* – O doutorando da Universidade Estadual Paulista (Unesp) Greiton Toledo de Azevedo é o único professor brasileiro entre os 50 finalistas do Global Teacher Prize de 2021, premiação anual criada pela Fundação Varkey para valorizar trajetórias docentes notáveis e com impacto social mundo afora.
Popularmente batizado de “Nobel da Educação”, o Global Teacher Prize está em sua sétima edição e concede anualmente ao professor vencedor um prêmio de US$ 1 milhão, liberado ao longo de dez anos, para ser aplicado na continuidade das ações do projeto premiado. Azevedo foi escolhido entre os top 50 em meio a milhares de submissões, de 121 países diferentes. É o oitavo brasileiro a chegar entre os finalistas. Até agora, nenhum professor do país conquistou a premiação.
Docente de matemática com um percurso extraordinário na educação básica do ensino público de Goiás, Estado em que nasceu e onde sempre lecionou, Azevedo escolheu há alguns anos o professor da Unesp Marcus Vinicius Maltempi para ser o seu orientador de doutorado no Programa de Pós-Graduação em Educação Matemática do Instituto de Geociências e Ciências Exatas (IGCE-Unesp) em Rio Claro. A tese busca lançar olhares inovadores sobre o processo formativo de matemática dos estudantes com base em invenções científico-tecnológicas de baixo custo destinadas ao tratamento de pacientes com Parkinson.
O doutorando acredita que a parceria com Maltempi, que recebeu auxílio da FAPESP e rendeu oito dos nove artigos que ele publicou em periódicos científicos nos últimos quatro anos, foi fundamental para dar um foco que está impulsionando a sua produção científica e consolidando ainda mais a sua prática docente, que prioriza a criatividade, a autonomia e a busca de soluções para situações-problema por meio do uso de tecnologias. Livre-docente em educação matemática, Maltempi é vice-coordenador do Instituto de Educação e Pesquisa em Práticas Pedagógicas (IEP3) da Unesp e especialista em metodologias ativas de aprendizagem, nas quais os estudantes são os protagonistas desse processo.
“Minha tese é sobre Parkinson e formação. Minha pergunta de doutorado é ‘como se mostra o processo formativo de matemática desses estudantes que constroem invenções científico-tecnológicas destinadas ao tratamento da doença de Parkinson?’ A tese dialoga com uma nova forma de pensar a formação, mais pela criatividade e pela inovação e menos pela decoreba, pela reprodução”, diz o doutorando.
A pesquisa de Azevedo busca compreender o processo formativo em matemática de seus estudantes do ensino médio que constroem jogos digitais e desenvolvem dispositivos robóticos voltados para o tratamento de sintomas da doença de Parkinson. O trabalho docente é desenvolvido no Instituto Federal Goiano, no campus da cidade de Ipameri, a cerca de 200 quilômetros de Goiânia, e as tecnologias desenvolvidas pelos alunos são aplicadas em sessões periódicas de fisioterapia do Hospital-Dia do Idoso de Anápolis, outro município goiano, referência no atendimento de pacientes com Parkinson. Com base na interação com os doentes e também com os profissionais de saúde do hospital, os estudantes já experimentaram dezenas de jogos com dispositivos robóticos conectados a eles para apoiar os movimentos prejudicados desse público-alvo – segundo o doutorando, já são “mais de 70 invenções” documentadas no trabalho.
“O nosso projeto é uma sala de aula que não tem respostas prontas. Trabalhamos todo o tempo com o ineditismo e com a inovação. Usamos materiais como roda de bicicleta, pallets, parafusos e pequenas placas eletrônicas para desenvolver e criar jogos. Por trás desses jogos, há muita álgebra, geometria, algoritmo e lógica matemática para sincronizar movimentos estratégicos para as sessões de fisioterapia dos pacientes com Parkinson”, conta.
* A íntegra da reportagem está disponível no Jornal da Unesp.
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