Conclusão, divulgada na revista Allergy, Asthma & Clinical Immunology por grupo da Unicamp, está baseada na análise de 1.069 artigos científicos publicados nos primeiros seis meses da pandemia (imagem: Jornal da Unicamp Online)
Conclusão, divulgada na revista Allergy, Asthma & Clinical Immunology por grupo da Unicamp, está baseada na análise de 1.069 artigos científicos publicados nos primeiros seis meses da pandemia
Conclusão, divulgada na revista Allergy, Asthma & Clinical Immunology por grupo da Unicamp, está baseada na análise de 1.069 artigos científicos publicados nos primeiros seis meses da pandemia
Conclusão, divulgada na revista Allergy, Asthma & Clinical Immunology por grupo da Unicamp, está baseada na análise de 1.069 artigos científicos publicados nos primeiros seis meses da pandemia (imagem: Jornal da Unicamp Online)
Agência FAPESP* – Com base em dados de artigos científicos publicados durante os primeiros seis meses da pandemia, pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) avaliaram a relação entre o diagnóstico prévio de asma e o desenvolvimento de COVID-19 nos pacientes infectados.
A revisão sistemática da literatura científica identificou 1.069 artigos que descreveram os quadros clínicos e antecedentes médicos de 161.271 pacientes com a doença. Segundo a análise feita pelos pesquisadores das faculdades de Ciências Médicas (FCM-Unicamp) e Enfermagem (Fenf-Unicamp), somente 1,6% dos pacientes tinham diagnóstico prévio de asma. O percentual está abaixo da média mundial, que é de 4,4%, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) e do Global Asthma Report. Assim, de acordo com os pesquisadores da Unicamp, “os dados epidemiológicos disponíveis até o momento indicam que o fato de um paciente ter diagnóstico de asma não se constitui em um fator de risco para o desenvolvimento da COVID-19”.
Mas o grupo não descarta que alguns fatores podem ter provocado uma distorção dos dados epidemiológicos. Uma das possibilidades é a subnotificação do diagnóstico pregresso de asma, caso os pesquisadores não tenham sido criteriosos e detalhistas na descrição dos quadros clínicos e antecedentes médicos dos pacientes infectados pelo SARS-CoV-2. O grupo também ressalta que mais de 20% dos pacientes descritos nos 1.069 artigos eram originários da China, país com uma das menores prevalências de asma no mundo.
As conclusões do estudo, liderado pelo professor da FCM-Unicamp Lício Velloso, foram publicadas na revista Allergy, Asthma & Clinical Immunology. A pesquisa foi desenvolvida no âmbito do Centro de Pesquisa em Obesidade e Comorbidades (OCRC), um dos CEPIDs da FAPESP.
Asma é uma doença inflamatória crônica que acomete os brônquios e resulta em crises de tosse e falta de ar. A forma mais comum está relacionada a uma resposta alérgica contra componentes dos ácaros, fungos, pólens e animais domésticos. Se não for adequadamente tratada, a asma pode levar a uma perda progressiva da função respiratória e, eventualmente, à morte precoce.
Por causa do componente inflamatório e de sua natureza crônica, a asma pode aumentar a chance do desenvolvimento de formas mais graves de pneumonias causadas por vírus e bactérias. Por esse motivo, acreditava-se que pacientes com asma seriam mais vulneráveis à infecção pelo SARS-CoV-2. A análise sistemática de literatura, contudo, não confirmou essa hipótese.
O artigo Asthma and COVID-19: a systematic review pode ser lido em https://aacijournal.biomedcentral.com/articles/10.1186/s13223-020-00509-y.
* Com informações do Jornal da Unicamp.
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