Iniciativa da Sociedade Brasileira de Farmacologia Terapêutica e Experimental e do laboratório Aché reconhece o trabalho de cientistas que dedicam suas vidas ao avanço da Farmacologia (Fernando Queiroz Cunha durante o 51º Congresso Brasileiro de Farmacologia e Terapêutica Experimental / foto: arquivo pessoal)

Coordenador do CEPID CRID recebe o Prêmio Farmacologista Sênior
08 de outubro de 2019

Iniciativa da Sociedade Brasileira de Farmacologia Terapêutica e Experimental e do laboratório Aché reconhece o trabalho de cientistas que dedicam suas vidas ao avanço da Farmacologia

Coordenador do CEPID CRID recebe o Prêmio Farmacologista Sênior

Iniciativa da Sociedade Brasileira de Farmacologia Terapêutica e Experimental e do laboratório Aché reconhece o trabalho de cientistas que dedicam suas vidas ao avanço da Farmacologia

08 de outubro de 2019

Iniciativa da Sociedade Brasileira de Farmacologia Terapêutica e Experimental e do laboratório Aché reconhece o trabalho de cientistas que dedicam suas vidas ao avanço da Farmacologia (Fernando Queiroz Cunha durante o 51º Congresso Brasileiro de Farmacologia e Terapêutica Experimental / foto: arquivo pessoal)

 

Agência FAPESP – O coordenador do Centro de Pesquisa em Doenças Inflamatórias (CRID), Fernando de Queiroz Cunha, foi o ganhador da 2ª Edição do Prêmio Farmacologista Sênior em 2019, oferecido pela Sociedade Brasileira de Farmacologia Terapêutica e Experimental (SBFTE) em parceria com o Laboratório Aché.

O prêmio é bianual e reconhece o trabalho de cientistas que dedicam suas vidas ao avanço da Farmacologia, campo das áreas de Farmácia e Bioquímica que estuda como as substâncias químicas interagem com os sistemas biológicos. A cerimônia ocorreu no dia 27 de setembro, durante o 51º Congresso Brasileiro de Farmacologia e Terapêutica Experimental da SBFTE, em Maceió (AL).

“É um reconhecimento a pesquisadores que tenham realizado uma significativa contribuição ao longo da vida, referente à produção científica ou à inovação. O nome do prêmio é ‘Prof. Sérgio Henrique Ferreira’ [1934-2016, farmacologista conhecido pela descoberta do Fator de Potenciação da Bradicinina, que deu origem a anti-hipertensivos], o que me fez ficar muito honrado com a indicação”, disse o pesquisador à Agência FAPESP.

Cunha é professor titular de Farmacologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP), onde está sediado o CRID, um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) da FAPESP. Tem experiência na área de imunofarmacologia, com ênfase em doenças inflamatórias, atuando principalmente nos seguintes temas: sepse, artrite reumatoide, mecanismos envolvidos em lesões tissulares, migração de leucócitos, resposta imune inata e citocinas.

Seus estudos sobre sepse permitiram entender os mecanismos moleculares que explicam por que pacientes acometidos por sepse grave desenvolvem hipotensão refratária a medicamentos vasoconstritores e também por que os microrganismos não são eficientemente eliminados pelo organismo durante a sepse. Os resultados permitiram iniciar um projeto voltado ao desenvolvimento de um medicamento para tratar esses eventos que agravam a sepse (leia mais em: agencia.fapesp.br/24263).

Mais recentemente, o grupo coordenado por Cunha descreveu um importante mediador envolvido nas lesões de órgãos durante a sepse, denominado NET (Neutrophil Extracellular Traps, em inglês), e demonstrou que neonatos são mais suscetíveis à inflamação sistêmica porque produzem altas concentrações de NETs em comparação aos adultos. Os achados suportam o uso de drogas que inibem as NETs para evitar as lesões em órgãos vitais e, consequentemente, reduzir a morte causada pela sepse (leia mais em agencia.fapesp.br/30719).

Entre seus estudos na área de artrite reumatoide destacam-se aqueles que descrevem os mecanismos envolvidos na resistência de um grupo de portadores da doença ao tratamento com metotrexato (MTX), medicamento considerado de primeira escolha em todo o mundo. Cerca de 30% a 40% dos pacientes não respondem ao MTX e somente é possível determinar a eficácia terapêutica após quatro ou seis meses de uso contínuo da medicação. Quando a resposta terapêutica não é adequada, pacientes não respondedores apresentam progressivos danos tissulares nas articulações, que são irreversíveis e prejudicam os movimentos e a locomoção. Essas lesões poderiam ser atenuadas com a administração de outros tratamentos eficazes para a doença no caso de pacientes resistentes ao MTX. O grupo de Cunha identificou um marcador capaz de predizer a eficácia terapêutica do MTX antes de iniciar o tratamento. Portanto, em futuro próximo, todos os pacientes recém-diagnosticados poderão realizar o teste com um kit de diagnóstico que vem sendo desenvolvido em colaboração com o setor produtivo (leia mais em: agencia.fapesp.br/20655).

Ao longo da carreira, Cunha publicou mais de 500 artigos científicos em revistas de circulação internacional, que receberam mais de 20 mil citações, e obteve índice H de 70 (Scopus). Também tem grande experiência em formação de recursos humanos, tendo orientado mais de 50 mestres e doutores e supervisionado mais de 10 pós-doutores.
 

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