Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da FAPESP, apresenta números do Sistema Paulista de Ciência e Tecnologia aos novos empreendedores apoiados pela Fundação (Foto: Leandro Negro/Agência FAPESP)

PIPE seleciona mais 33 projetos de pesquisa em micro e pequenas empresas
27 de julho de 2016

Na cerimônia de anúncio, startup de sistemas de comunicações ópticas de alta velocidade apresenta estratégia para desenvolver nova geração de laser com apoio da FAPESP

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27 de julho de 2016

Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da FAPESP, apresenta números do Sistema Paulista de Ciência e Tecnologia aos novos empreendedores apoiados pela Fundação (Foto: Leandro Negro/Agência FAPESP)

 

 

Elton Alisson | Agência FAPESP – A BrPhotonics, uma empresa nascente de base tecnológica (startup) brasileira focada na pesquisa e desenvolvimento de sistemas de comunicações ópticas de alta velocidade, pretende desenvolver uma nova geração de laser, o que a colocaria na posição de pioneira no domínio dessa tecnologia no mundo.

Para desenvolver o projeto, a empresa, fundada pelo engenheiro eletricista Júlio César Fernandes Rodrigues de Oliveira após concluir o mestrado e o doutorado na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), contará com recursos do Programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE) da FAPESP.

“O PIPE possibilita fazer inovações e desenvolver novos produtos que só com o orçamento atual da empresa não teríamos condições de realizar”, disse Oliveira durante a cerimônia de anúncio dos 33 projetos de pesquisa selecionados no 1º Ciclo de 2016 do PIPE, realizada terça-feira (26/07) na FAPESP, da qual participou Roberto Sekiya, subsecretário de Empreendedorismo e da Micro e Pequena Empresa da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia do Estado de São Paulo.

“No atual estágio de desenvolvimento da BrPhotonics dificilmente assumiríamos o risco de desenvolver um laser que pode agregar valor à empresa, mas cuja tecnologia ainda não está madura como a atual. O PIPE nos permite realizar esse projeto de alto risco em paralelo a outros que estamos fazendo, para termos diferencial no mercado”, afirmou Oliveira.

Além da BrPhotonics, cada vez mais micro e pequenas empresas de base tecnológica têm enxergado no PIPE a oportunidade para desenvolver projetos de pesquisa e desenvolvimento de alto risco que não poderiam financiar com recursos próprios, avaliou Sérgio Queiroz, professor associado do Departamento de Política Científica e Tecnológica (DPCT) da Unicamp e coordenador adjunto de Pesquisa para Inovação da FAPESP, durante o evento. .

“O PIPE representa uma grande oportunidade para micro e pequenas empresas no Estado de São Paulo que já realizam atividades de pesquisa e desenvolvimento por conta própria, mas que ainda não têm condições de financiar projetos de alto risco”, afirmou Queiroz.

“O programa serve não só para dar o primeiro estímulo à pesquisa em empresas que estão começando, mas também para alavancar essa atividade entre aquelas que estão em um estágio mais avançado, como a BrPhotonics. Essas empresas podem ser impulsionadas por meio do PIPE”, afirmou Queiroz.

Três novos projetos aprovados por semana

Criado em 1997, o PIPE já apoiou 1.527 projetos, com uma média de aprovação de três projetos de pesquisa por semana em 2015.

Os projetos aprovados são conduzidos por pesquisadores em empresas com até 250 empregados no Estado de São Paulo.

Os projetos de pesquisa se desenvolvem em três fases. A Fase 1 é de demonstração da viabilidade tecnológica do produto ou processo proposto, para a qual os recursos a cada projeto aprovado chegam a R$ 200 mil, para uso em até nove meses. Na Fase 2, o projeto pode receber até R$ 1 milhão para desenvolver o produto ou processo inovador, com prazo de até 24 meses. Há ainda uma terceira fase, voltada ao desenvolvimento comercial e industrial dos produtos ou processos resultantes da pesquisa.

Um dos diferenciais do programa é que mesmo empresas ainda não constituídas formalmente podem apresentar propostas, na condição de “empresa a constituir”. No PIPE, o pesquisador proponente deve demonstrar conhecimento e competência técnica no tema do projeto, mas não precisa apresentar nenhum título formal, seja de graduação ou pós-graduação.

“O programa visa estimular a atividade de pesquisa dentro de micro e pequenas empresas no Estado de São Paulo”, disse Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da FAPESP, na abertura do evento.

“A empresa proponente precisa nos apresentar um projeto de pesquisa que tenha um grau de originalidade, o que não quer dizer que será a primeira vez que isso será feito no mundo. Mas ela precisa nos mostrar que, se aquele projeto der certo, ganhará dinheiro e crescerá”, explicou.

Novos projetos selecionados

O PIPE possui quatro ciclos de análise de propostas por ano. A cada ciclo, a FAPESP destina até R$ 15 milhões para projetos de pesquisa que levem ao desenvolvimento de produtos, processos e serviços, em todas as áreas do conhecimento.

As 33 empresas selecionadas no primeiro ciclo de análise de 2016, por exemplo, realizarão pesquisas em diferentes segmentos, como uso de ressonância magnética nuclear para análise não destrutiva de produtos agrícolas e alimentos, desenvolvimento de nanopartículas para tratamento de artrite reumatoide, eficiência e inovação no relacionamento entre museus e públicos e kit diagnóstico para a detecção do vírus Zika, entre outros.

 

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