Medalhas de ouro vão para projetos de rede social de fotografias arquitetônicas, biossensor para marcadores tumorais, aparelho para fissura labiopalatina e marcador genético para produção de frango de corte (Na foto: interface da rede social "Arquigrafia")

Olimpíada USP de Inovação divulga projetos vencedores
28 de novembro de 2011

Medalhas de ouro vão para projetos de rede social de fotografias arquitetônicas, biossensor para marcadores tumorais, aparelho para fissura labiopalatina e marcador genético para produção de frango de corte

Olimpíada USP de Inovação divulga projetos vencedores

Medalhas de ouro vão para projetos de rede social de fotografias arquitetônicas, biossensor para marcadores tumorais, aparelho para fissura labiopalatina e marcador genético para produção de frango de corte

28 de novembro de 2011

Medalhas de ouro vão para projetos de rede social de fotografias arquitetônicas, biossensor para marcadores tumorais, aparelho para fissura labiopalatina e marcador genético para produção de frango de corte (Na foto: interface da rede social "Arquigrafia")

 

Por Fábio de Castro

Agência FAPESP – A Agência USP de Inovação, da Universidade de São Paulo (USP), divulgou o resultado final da Olimpíada USP de Inovação. A cerimônia de premiação foi realizada no dia 17 de novembro, na capital paulista, com a presença de mais de 100 participantes.

Na categoria “Tecnologias Sociais Aplicadas e Humanas”, a medalha de ouro ficou com o projeto “Arquigrafia”, que teve apoio da FAPESP na modalidade Auxílio à Pesquisa – Regular .

O projeto foi coordenado por quatro pesquisadores da USP: Artur Rozestraten, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU), Maria Laura Martinez, da Escola de Comunicações e Artes (ECA), e Marco Gerosa e Fabio Kon, ambos do Instituto de Matemática e Estatística (IME).

A medalha de ouro da categoria “Tecnologias Exatas, da Terra e Engenharias” foi concedida ao projeto “Biossensor condutométrico sem contato em microchips: uma alternativa potencial para a determinação de biomarcadores tumorais”, do qual participaram os professores Emanuel Carrilho, Claudimir do Lago e os pesquisadores Wendell Coltro e Renato Lima, do Instituto de Química de São Carlos (IQSC) da USP. Os dois últimos tiveram bolsas da FAPESP de pós-doutorado e doutorado, respectivamente.

Carrilho coordena o projeto “Estudo glicômico da alfa-distroglicana e do perfil glicoprotéico de modelos animais distróficos”, apoiado pela FAPESP na modalidade Auxílio – Regular.

O primeiro lugar na categoria “Tecnologias da Saúde e Biológicas” ficou com o projeto “Aparelho expansor ortopédico maxilar diferencial”, realizado por Rita de Cássia Moura Carvalho Lauris e Daniela Gamba Garib Carreira, pesquisadoras do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais (HRAC) da Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB), da USP.

Carreira coordena o projeto  “Avaliação dos efeitos dentoesqueléticos e periodontais da expansão rápida da maxila diferencial em pacientes com fissura lábiopalatina completa e bilateral”, financiado pela FAPESP na modalidade Auxílio – Regular.

Na categoria “Tecnologias Agrárias”, o primeiro colocado foi o projeto “Marcador genético aplicado à produção avícola”, realizado por Luiz Lehmann Coutinho, Andrezza Maria Felício, Aline Silva Mello Cesar – que tem Bolsa de Doutorado da FAPESP – e Gustavo Gasparin, pesquisadores do Laboratório de Biotecnologia Animal da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da USP. 

Coutinho coordena o projeto “Laboratório multiusuários centralizado de genômica funcional aplicada a agropecuária e agroenergia”, financiado pela FAPESP no âmbito do Programa Equipamentos Multiusuários.
 
A equipe multidisciplinar do projeto “Arquigrafia”, segundo Artur Rozestraten, que é professor do Departamento de Tecnologia da FAU-USP, criou uma rede social para compartilhamento de material fotográfico sobre a arquitetura brasileira.
 
“Trata-se de um ambiente colaborativo para a visualização, interação e compartilhamento, na internet, de imagens digitais de arquitetura, com a finalidade de estimular a construção coletiva de conhecimento sobre esse tema”, disse Rozestraten à Agência FAPESP.
 
“Em um primeiro momento, o projeto está concentrado em imagens fotográficas de arquitetura. Mas como ele se apoia em uma bancada de software livre, irá se expandir também para o compartilhamento de desenhos e vídeos”, explicou.
 
A rede social possibilita que os usuários – potencialmente pesquisadores, estudantes e professores de arquitetura – compartilhem seus acervos pessoais. Mas abriga também material de acervos institucionais, a começar pelo Acervo de Imagens da FAU-USP.
 
Segundo Rozestraten, considerando a inexistência de um acervo específico de imagens de arquitetura, organizado e disponível para amplo acesso na internet, o projeto permitirá a criação coletiva e colaborativa de um conjunto iconográfico que complementará o material visual existente a respeito da arquitetura brasileira.
 
“Isso vai colaborar para estimular a cultura arquitetônica e promover a interação entre diferentes perfis de usuários na internet, assim como em diferentes espaços urbanos reais”, afirmou.
 
“Outro aspecto importante, além da interação entre acervos pessoais e institucionais, é que o Arquigrafia inclui também um aplicativo para dispositivos móveis que utiliza a plataforma livre Android. Com isso, é possível passear pela cidade e, a partir da câmera de um smartphone ou tablets, compartilhar imagens georreferenciadas. Nesse ambiente, os usuários podem discutir as imagens e avaliá-las de acordo com diversos parâmetros, gerando uma perspectiva arquitetônica formada coletivamente”, explicou.
 
O aplicativo, segundo Rozestraten, está em fase de testes, mas já mostrou total viabilidade, assim como o protótipo experimental da rede social. Em breve o Arquigrafia terá uma versão Beta perpétuo disponível on-line, com um primeiro rol de funcionalidades, para amplo acesso público e gratuito, de acordo com ele.
 
“No Arquigrafia será possível navegar sobre imagens de arquiteturas de diferentes períodos históricos e diferentes contextos geográficos do Brasil, além de interpretar cada imagem quanto às palavras-chave que a identificam e quanto aos conceitos-chave referentes às suas qualidades plástico-espaciais”, explicou.
 
Câncer, criação de frango e fissura labiopalatina
 
O projeto vencedor da categoria “Tecnologias Exatas, da Terra e Engenharias” consiste em um biossensor integrado a um sistema microfluídico com transdução condumétrica sem contato – uma configuração inédita, segundo os pesquisadores do IQSC-USP. O objetivo do projeto, de acordo com eles, é possibilitar a realização de diagnósticos in vitro de biomarcadores tumorais circulantes em plasma sanguíneo.
 
Vencedor da categoria “Tecnologias Agrárias”, o projeto dos pesquisadores da Esalq-USP consiste em um marcador genético do tipo SNP associado às características de produção de frangos de corte, como desenvolvimento muscular, desempenho e qualidade de carne. Segundo os autores, o marcador permite a identificação de animais com genótipos favoráveis para as características econômicas de interesse dentro da população.
 
O projeto vencedor da categoria “Tecnologias da Saúde e Biológicas”, de acordo com os pesquisadores do HRAC-USP Bauru, é um aparelho ortodôntico expansor com dois parafusos para o arco dentário superior. O objetivo é produzir expansões distintas na região anterior e posterior do arco dentário de pacientes com fissura labiopalatina.
 
A Olimpíada USP de Inovação teve sua primeira etapa iniciada em março de 2011, com a inscrição de 641 projetos. Nos Centros de Inovação da USP – as Unidades de Ensino e Pesquisa, Núcleos de Apoio a Pesquisa e Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) – foram formadas 57 bancas, que selecionaram 52 projetos para a segunda etapa: confecção dos planos de produto.
 
Para a confecção dos planos de produto realizaram-se cinco treinamentos em diversos campi da universidade, contando com a participação de mais de 70 pessoas e com transmissão pela internet.
 
Na etapa seguinte, foram selecionados cinco projetos das 46 equipes que entregaram os planos de produtos, preenchendo as quatro áreas de tecnologias avaliadas: Tecnologias Exatas, da Terra e de Engenharias; Tecnologias da Saúde e Biológicas; Tecnologias Agrárias; e Tecnologias Sociais Aplicadas e Humanas. Os projetos escolhidos foram para a arguição diante da banca examinadora, poucas horas antes da entrega do prêmio.

Mais informações: www.inovacao.usp.br
 

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