Autor da revitalização do vale do Anhangabaú projetou o edifício sede da FAPESP e ocupou diversos cargos públicos nos governos estadual e municipal (divulgação)

Arquiteto Jorge Wilheim morre aos 85 anos
17 de fevereiro de 2014

Autor da revitalização do vale do Anhangabaú projetou o edifício sede da FAPESP e ocupou diversos cargos públicos nos governos estadual e municipal

Arquiteto Jorge Wilheim morre aos 85 anos

Autor da revitalização do vale do Anhangabaú projetou o edifício sede da FAPESP e ocupou diversos cargos públicos nos governos estadual e municipal

17 de fevereiro de 2014

Autor da revitalização do vale do Anhangabaú projetou o edifício sede da FAPESP e ocupou diversos cargos públicos nos governos estadual e municipal (divulgação)

 

Agência FAPESP – O arquiteto e urbanista Jorge Wilheim morreu na sexta-feira (14/02), em São Paulo, aos 85 anos. Estava internado desde dezembro no Hospital Albert Einstein, por conta de um acidente de carro. O corpo foi enterrado no mesmo dia no Cemitério Israelita do Butantã.

Wilheim foi responsável por importantes projetos de reurbanização na capital paulista, como os do vale do Anhangabaú e do Pátio do Colégio. Em São Paulo, entre outras de suas obras conhecidas estão o Parque Anhembi, o Clube Hebraica, o Sesi Vila Leopoldina, o Teatro de Arte Israelita-Brasileiro, a Galeria Ouro Fino, o Shopping Center 3 e o Hospital Albert Einstein.

É de Wilheim o projeto do edifício sede da FAPESP, na rua Pio XI, no Alto da Lapa, inaugurado no dia 16 de agosto de 1978 com reunião do Conselho Superior da Fundação.

"Após alguns anos de adesão à moda de projetar estruturas ousadas e caras, no Edifício Sede da FAPESP buscou-se obter uma diversificação de espaços internos a partir de uma malha regular de pilares com espaçamento econômico, cerca de 10 metros entre colunas, mediante o artifício de 'falhar', criteriosamente, na colocação das lajes para as quais quatro colunas estariam esperando. Criava assim alguns pilares subindo esguios e soltos, assim como pés direitos duplos em certos ambientes, ou espaços externos cobertos pelo reaparecimento de lajes mais ao alto. Desse modo, configurou-se uma malha estrutural de vãos regulares e pequenos, mas considerável diversificação de espaços internos criado pela criteriosa ausência de certas lajes. O menos criando o mais. Mies van der Rohe teria apreciado", descreveu Wilheim em seu site. 

Wilheim nasceu em Trieste, na Itália, em 1928. Em 1940, veio com a família para o Brasil. Formou-se em 1952 pela Universidade Presbiteriana Mackenzie.

Foi o responsável pelo projeto urbanístico da cidade de Angélica (MT) e o da Cidade Industrial de Londrina, no Paraná. Recentemente, seu escritório de arquitetura prestou consultoria ao Ministério dos Esportes para o projeto urbanístico dos Jogos Olímpicos de 2016.

Ocupou diversos cargos públicos, tendo sido secretário estadual de Economia e Planejamento de São Paulo (1975-1979), secretário municipal de Planejamento paulistano (1983-1986 e 2001-2004), secretário Estadual de Meio Ambiente (1987-1991) e presidente da Empresa Metropolitana de Planejamento de Grande São Paulo (1991-1994). Foi presidente da Fundação Bienal de São Paulo, em 1985.

Entre suas conquistas no governo estadual estão criação do Procon, da Fundação Seade, da EMTU e do Passe do Trabalhador (vale-transporte). Como secretário municipal, criou o passe do idoso.

Wilheim lançou vários livros sobre urbanismo. O mais recente foi São Paulo: uma interpretação, que recebeu o prêmio de Melhor Livro Publicado em 2011 sobre São Paulo da Academia Paulista de História.

 

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