Amazônia: Os novos viajantes
10 de maio de 2018

Exposição no MuBE reúne cerca de 30 artistas e apresentará o trabalho científico ao lado de produções artísticas de diferentes períodos

Amazônia: Os novos viajantes

Exposição no MuBE reúne cerca de 30 artistas e apresentará o trabalho científico ao lado de produções artísticas de diferentes períodos

10 de maio de 2018

 

Agência FAPESP – O Museu Brasileiro da Escultura e Ecologia (MuBE) inaugurará a exposição “Amazônia: Os Novos Viajantes” no dia 12 de maio de 2018, em São Paulo, com curadoria de Cauê Alves e Lúcia Lohmann, professora no Departamento de Botânica do Instituto de Biociências da USP. A exposição nasceu de uma pesquisa científica sobre a origem da Amazônia, coordenada por Lúcia Lohmann. A pesquisa fez parte de um Projeto Temático com apoio da FAPESP.

Contrariando a habitual separação entre ciência e arte, artistas foram convidados a participar de uma expedição de coleta. Sedimentando essa aproximação, a mostra apresenta o trabalho científico ao lado de produções artísticas de diferentes períodos, desde os viajantes do século XIX até produções contemporâneas. Para abranger os temas propostos, a exposição é dividida em três núcleos principais: Núcleo Histórico, Núcleo Científico e Núcleo de Arte.

O Núcleo Histórico traz obras originais dos primeiros viajantes que desbravaram a Amazônia nos séculos passados. Misto de cientistas e artistas, Karl Friedrich Philipp von Martius e Alexander von Humboldt destacam-se na mostra. Martius integrou a missão científica enviada ao Brasil em 1817 pelos governos bávaro e austríaco. Percorreu o Brasil durante três anos, reunindo material que deu origem, entre os trabalhos, à Flora Brasiliensis – uma das obras mais importantes da botânica brasileira. Humboldt, por sua vez, viajou pela América Latina entre 1799 e 1804 e foi responsável pela criação das bases da Geografia, Geologia, Climatologia e Oceanografia brasileiras.

O Núcleo Científico incluirá um filme sobre a expedição realizada pela equipe da bióloga e co-curadora da exposição, Lúcia Lohmann. Achados científicos recentes, assim como o processo de pesquisa, serão expostos lado a lado com obras de arte. Também estarão expostos equipamentos de pesquisa que poderão ser manipulados pelo público, produzindo uma aproximação com a experiência científica.

O Núcleo de Arte apresentará obras de artistas que fizeram parte da expedição científica e produziram seus trabalhos a partir dela, como a portuguesa Gabriela Albergaria e o fotógrafo Léo Ramos Chaves. Artistas que viajaram em outras épocas para a região também estão representados, como Flavio de Carvalho, Luiz Braga e Claudia Andujar, esta com as fotografias realizadas em território Yanomami. A taxonomia de plantas artificiais de Alberto Baraya, os volumes que lembram barcos de Marcone Moreira e os troncos queimados em leito de areia vermelha, como chamas, de Fernando Limberger trazem olhares sobre a floresta. Frans Krajcberg, expoente das questões que envolvem arte e conservação, é um dos destaques e Cildo Meireles está presente com a obra Rio Oir, com os sons das águas que correm. Representando a fronteira entre arte e ciência, as aquarelas de Margaret Mee ressaltam o detalhamento exigido pelo estudo da botânica com cores deslumbrantes e traços do apuro artístico.

Essa exposição, ao unir arte e ciência, abre uma janela para aproximar o público da Amazônia, mostrando sua riqueza, exuberância a importância para a sobrevivência do planeta. “Só vamos conseguir preservar nossas florestas quando entendermos o valor delas, entendermos de onde as plantas vieram e toda sua história. A gente só preserva o que a gente conhece, gosta e valoriza”, diz Lúcia Lohmann. Entre os objetos e trabalhos expostos, fica evidente o quanto é necessária a integração entre registros históricos, artísticos e científicos para a compreensão de um ambiente complexo como a Amazônia.

O projeto de pesquisa “Estruturação da Biota Amazônica e seu Ambiente: Uma abordagem Integrativa” que inspirou a exposição foi financiado por FAPESP, NSF e NASA. Este projeto combina dados de distribuição, história evolutiva, demográfica e biogeográfica de organismos Amazônicos, com informações sobre a história geológica e climática para entender os mecanismos que levaram à formação de um dos biomas mais biodiversos do planeta.

A exposição ficará aberta até dia 29 de julho de 2018 e poderá ser visitada de terça-feira a domingo, das 10 às 18 horas. A entrada é franca. O endereço do MuBE é rua Alemanha, 221, Jardim Europa, São Paulo.

Mais informações: llohmann@usp.br.
 

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