Novas linhagens da tradicional levedura e microrganismos silvestres podem aumentar a produção de etanol (ilustração: Abiuro)

Mutações benéficas
29 de janeiro de 2014

Novas linhagens da tradicional levedura e microrganismos silvestres podem aumentar a produção de etanol

Mutações benéficas

Novas linhagens da tradicional levedura e microrganismos silvestres podem aumentar a produção de etanol

29 de janeiro de 2014

Novas linhagens da tradicional levedura e microrganismos silvestres podem aumentar a produção de etanol (ilustração: Abiuro)

 

Por Dinorah Ereno

Revista Pesquisa FAPESP – Uma das formas de aumentar a produção de etanol com o mesmo hectare de cana é criando novas linhagens e melhorando o desempenho produtivo da levedura Saccharomyces cerevisiae responsáveis por transformar o açúcar em álcool na etapa de fermentação.

Na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), as pesquisas conduzidas pelo professor Anderson Cunha concentram-se em seis linhagens de leveduras, sendo duas termotolerantes, ou seja, resistentes a altas temperaturas nas dornas de fermentação – característica importante para regiões tropicais – e quatro linhagens resistentes ao próprio etanol, que durante o processo torna-se tóxico para elas.

“O foco é encontrar os genes de resistência ao calor e ao etanol para transferi-los a linhagens bem adaptadas ao processo industrial”, diz Cunha, que coordena um projeto financiado pela FAPESP na modalidade Programa de Apoio à Pesquisa em Parceria para Inovação Tecnológica (PITE), em parceria com a ETH Bionergia. Ou até mesmo utilizar essas leveduras isoladas se forem adequadas e mostrarem alta eficiência fermentativa. Como o processo é aberto, as dornas recebem leveduras que vêm do ar e da própria cana-de-açúcar e invadem a fermentação.

A pesquisa que resultou no projeto PITE teve início em 2009, quando Cunha se associou à usina São Luís, de Ourinhos, no interior paulista, para acompanhar o processo de produção de etanol durante a safra. Desde então, a cada 15 dias durante as safras são retiradas amostras de leveduras das dornas de fermentação e selecionadas posteriormente em laboratório.

“Escolhemos as leveduras morfologicamente diferentes das industriais”, diz Cunha. Depois elas foram testadas em relação à resistência a etanol e temperatura. Como a temperatura no processo tem que ficar em torno de 30ºC, para que se mantenha constante é preciso manter um sistema de resfriamento nas dornas, o que representa um custo adicional. “Por isso, se conseguirmos isolar linhagens resistentes a 40ºC, elas não precisariam ser resfriadas.”

Além da seleção e dos testes para encontrar as linhagens de interesse, foram feitos também testes de fermentação. Como resultado dessa coleta na usina foi criado um banco de leveduras, que conta atualmente com cerca de 400 linhagens com características fermentativas distintas, das quais foram escolhidas seis com capacidade de fermentar em altas temperaturas e altas concentrações de etanol. As outras estão sendo testadas para outras finalidades.

Além de avançar na produção cada vez maior da tradicional Saccharomyces cerevisiae outras linhas de pesquisa buscam outros microrganismos que possam ajudar nesse processo e aumentar a produção do etanol. Resultados bastante promissores aparecem nos estudos sob a coordenação do professor Francisco Maugeri Filho, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), a partir de leveduras silvestres isoladas de biomas brasileiros – floresta amazônica, mata atlântica, cerrado e pantanal – em um projeto financiado pela FAPESP.

Leia a reportagem completa em: http://revistapesquisa.fapesp.br/2014/01/13/mutacoes-%e2%80%a8beneficas/

 

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