Realizando modificações nanométricas na superfície de implantes dentários, pesquisadores conseguem acelerar processo de integração entre o implante e o tecido ósseo em modelos animais (Foto: Divulgação)

Estudo feito na Unesp é premiado nos Estados Unidos
13 de março de 2012

Realizando modificações nanométricas na superfície de implantes dentários, pesquisadores conseguem acelerar processo de integração entre o implante e o tecido ósseo em modelos animais

Estudo feito na Unesp é premiado nos Estados Unidos

Realizando modificações nanométricas na superfície de implantes dentários, pesquisadores conseguem acelerar processo de integração entre o implante e o tecido ósseo em modelos animais

13 de março de 2012

Realizando modificações nanométricas na superfície de implantes dentários, pesquisadores conseguem acelerar processo de integração entre o implante e o tecido ósseo em modelos animais (Foto: Divulgação)

 

Por Fábio de Castro

Agência FAPESP – A partir de modificações físico-químicas realizadas em escala nanométrica nas superfícies de implantes dentários, pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp) conseguiram acelerar o processo de osseointegração – a união do implante ao tecido ósseo – em modelos animais.

O experimento deu sequência à tese de doutorado de Thallita Pereira Queiroz, defendida em 2010 na área de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial pela Faculdade de Odontologia de Araçatuba (FOA), da Unesp.

Com o estudo, Queiroz, que atualmente é professora do Centro Universitário de Araraquara (Uniara), ganhou o Prêmio de Melhor Apresentação de Pôster durante o 27º Encontro Anual da Academia Norte-Americana de Osseointegração, que ocorreu entre os dias 1º e 3 de março de 2012, em Phoenix, no Arizona (Estados Unidos).

De acordo com o coorientador da tese, Antônio Carlos Guastaldi, professor titular do Instituto de Química da Unesp de Araraquara – responsável pelo desenvolvimento das superfícies de implantes –, o estudo teve a participação de vários coautores, devido à sua complexidade e multidisciplinaridade.

O resultado do experimento, sintetizado em um pôster, concorreu com 231 trabalhos, provenientes das principais universidades dos Estados Unidos, Europa e Ásia. A premiação é concedida somente ao primeiro lugar.

Além de Queiroz e Guastaldi, participaram do trabalho Rogério Margonar e Ana Paula de Souza Faloni – ambos do Programa de Pós-graduação em Ciências Odontológicas da Uniara –, a professora Roberta Okamoto, coorientadora do estudo e responsável pelo Laboratório de Imuno-histoquímica da FOA-Unesp, e os professores Francisley Ávila Souza, Eduardo Hochuli Vieira e Idelmo Rangel Garcia Júnior, todos da FOA-Unesp.

O trabalho teve financiamento da FAPESP na modalidade Auxílio à Pesquisa – Regular, em projeto coordenado por Vieira. Os implantes empregados no estudo foram fornecidos pela Empresa Conexão Sistemas de Próteses, de Arujá (SP).

O estudo teve o propósito de promover modificações físico-químicas e morfológicas em escala nanométrica nas superfícies de implantes dentários, a fim de favorecer sua interação com o tecido ósseo. Segundo Guastaldi, além de contribuir com uma nova alternativa para a preparação da superfície dos implantes, o estudo modifica os paradigmas em relação à interpretação dos dados.

“Normalmente, na área biológica, entende-se que a morfologia da superfície do implante é mais importante que sua química para promover a osseointegração. Este trabalho inverte o paradigma, reiterando os resultados dos nossos estudos nos últimos anos: a modificação química da superfície é o mais importante para a osseointegração, enquanto a morfologia apenas aumenta a área onde ocorre esse fenômeno”, disse Guastaldi à Agência FAPESP.

No estudo, 45 coelhos receberam 90 implantes. Depois de 30, 60 e 90 dias, os animais foram sacrificados e os implantes removidos para a análise, visando à detecção de determinadas proteínas ósseas fundamentais para a osseointegração.

As alterações realizadas na superfície dos implantes incluíram a modificação por feixe de laser seguida, em alguns casos, pela deposição de hidroxiapatita – o principal componente do esmalte dentário – pelo método biomimético, que utiliza uma solução de fluido corpóreo, com composição química, temperatura e pH similares ao plasma sanguíneo.

“Esses implantes foram comparados com dois implantes comercialmente disponíveis, um com superfície tratada por ataque ácido e o outro sem modificações de superfície. Todos eles foram instalados em tíbias de coelhos para análises topográficas, biomecânicas, histométricas e imuno-histoquímicas”, explicou Guastaldi.

Os resultados obtidos no estudo, segundo o professor, permitiram concluir que as modificações físico-químicas, em escala nanométrica, promovidas nas superfícies dos implantes dentários aceleraram a expressão de proteínas ósseas que constituem o primeiro passo na interação entre o osso e o implante.

“Com isso, foi acelerada a resposta do tecido ósseo ao implante, favorecendo, dessa forma, a osseointegração em períodos de tempo mais curtos. O próximo passo será a realização desse mesmo tipo de experimento em humanos”, disse Guastaldi.
 

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