Bolsistas apoiados pela FAPESP ganham 1º e 2º lugares em simpósio ao propor técnicas e sistemas inovadores de inclusão digital

Estudos em sistemas computacionais são premiados
29 de outubro de 2010

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29 de outubro de 2010

Bolsistas apoiados pela FAPESP ganham 1º e 2º lugares em simpósio ao propor técnicas e sistemas inovadores de inclusão digital

 

Por Alex Sander Alcântara

Agência FAPESP – Dois bolsistas apoiados pela FAPESP foram premiados no 9º Simpósio Brasileiro de Fatores Humanos em Sistemas Computacionais (IHC’10), ocorrido entre 5 e 8 de outubro em Belo Horizonte.

Vania Paula de Almeida Neris, professora adjunta do Departamento de Computação da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e ex-bolsista de doutorado da FAPESP pelo Instituto de Computação (IC) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), ficou em primeiro lugar na categoria Artigos Completos com o trabalho “Making interactive systems more flexible: an approach based on users participation and norms”.

Em segundo ficou Leonelo Dell Anhol Almeida, doutorando do IC-Unicamp, com Bolsa da FAPESP, pelo artigo “Universal design principles combined with web accessibility guidelines: a case study”. Os dois receberam troféus. Não houve outros ganhadores na mesma categoria. Para outras categorias foram premiados os três primeiros colocados.

Vania e Leonelo foram orientados por Maria Cecília Calani Baranauskas, professora do IC-Unicamp e coautora em ambos os artigos. Em setembro, Maria Cecília conquistou um prêmio destinado a pesquisadores cujas carreiras apresentam destacada contribuição na área de design da comunicação.

O trabalho de Vania trata da necessidade de se desenvolver sistemas computacionais que possam ser usados por pessoas com diferentes perfis, independentemente de suas capacidades físicas, sensoriais, cognitivas e emocionais.

“O artigo relata uma atividade participativa feita em Campinas com um grupo heterogêneo de pessoas – diferentes idades, graus de letramento e habilidade no uso do computador – na qual foi possível, por meio de painéis e elementos de interação em papel, perceber as diferentes necessidades de interação e como as pessoas gostariam que as interfaces de usuário fossem desenhadas”, disse à Agência FAPESP .

Segundo ela, aqueles que desconheciam o uso do computador e tinham dificuldades para usar a barra de rolagem escolheram elementos de apoio à movimentação na interface, por exemplo.

“É possível pensar em aspectos de flexibilidade para ajustar os sistemas computacionais, favorecendo a inclusão digital, dentro do conceito do design universal, ou seja, aquele que atende o maior número possível de pessoas. O trabalho propõe o uso de normas para apoiar a modelagem e formalização desses diferentes ‘comportamentos’ que os sistemas computacionais podem ter de acordo com o contexto de uso”, afirmou.

A abordagem foi testada na Vila na Rede, rede social inclusiva que integra o projeto e-Cidadania, coordenado por Cecília Baranauskas e apoiado pelo Instituto Virtual de Pesquisas FAPESP–Microsoft Research. O projeto, desenvolvido em Campinas, busca desenvolver redes sociais que atendam usuários com baixo letramento e pouca ou nenhuma experiência no uso de computadores.

O artigo de Leonelo Almeida faz parte de sua tese de doutorado "Awareness do Espaço de Trabalho em Ambientes Colaborativos Inclusivos na Web", no qual apresenta o módulo de Acessibilidade Universal, utilizado para avaliação de acessibilidade de conteúdo web. Esse módulo faz parte do framework FAware, de apoio ao design de mecanismos para suporte a awareness em sistemas colaborativos inclusivos na web.

“Em nossa abordagem defendemos que o conteúdo web deveria permitir acessibilidade a todos os cidadãos, respeitando diferenças socioeconômicas, geográficas, letramento, deficiências físicas e habilidades com computadores”, disse.

Mas, segundo ele, as diretrizes de acessibilidade existentes não são adotadas pela maioria dos provedores de conteúdo. “No trabalho apresentado articulamos os princípios e diretrizes do design universal às diretrizes técnicas do Web Content Accessibility Guidelines 2.0, da W3C e às recomendações relacionadas à ergonomia do ambiente físico da ISO 9241”, indicou.

Para isso, afirma, foi desenvolvido o módulo de acessibilidade universal do FAware, que permite que profissionais da área reúnam a facilidade das ferramentas de avaliação semiautomática com um processo de reflexão promovido pelas unidades de mapeamento do módulo.

“Como resultado do estudo de caso realizado, observamos que mesmo especialistas em acessibilidade foram capazes de identificar cerca de 45% mais problemas de acessibilidade em relação a avaliações baseadas simplesmente em ferramentas semiautomáticas”, dise Almeida.
 

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